Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA

MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA

Para o enobrecimento dos Espíritos PUROS

Por: Isabel Rosete

Não sei mais amar o próximo como a mim mesma!

A futilidade é claustrofóbica e insuportável.
A mesquinhez é indigna e insolente.
A insensatez é medonha, terrível.
A ausência de espírito crítico, abominável.
A ignorância, a grande podridão das Almas.
E a (dita) … Normalidade?

Ah, a Normalidade, a grande farsa
Dos Cobardes e dos Hipócritas,
Desses que blasfemam, no mais sórdido silêncio,
Encobertos por opacos véus negros!

Ah, a Normalidade, a grande impostura do politicamente correcto
Dos que escondem o rosto próprio – que rosto próprio já não têm –
E todas as suas faces dissimuladas, mais ou menos latentes,
Mais ou menos manifestas pelo filtro da peneira social indigente –
Por medo, por desvario, por insciência,
Por fingimento, por sonsice... – simplesmente, porque convém –
Pelo temor das vozes dos outros, dos incipientes
Dizeres das bocas imundas – cheias de pecado e agonia –
Que não apoiam qualquer nobre e corajoso acto
De presentificação do ser si-mesmo, por si mesmo,
Que menosprezam – vã gloriadas – e aniquilam a Identidade!

Malditos! Malditos! Malditos! Mil vezes malditos! Sempre Malditos!
Eternamente vos amaldiçoo, sem pesar, Cobardes e Hipócritas,
Que impõem o Social apenas para proveito próprio, num acto
De egoísmo visceralmente brutal.
O fogo do Inferno – em grandes e ardentes chamas – vos desejo,
Com todas as forças que ainda me restam, com todas as forças que
Tenho e não tenho …até ao meu último fôlego sentido!

Odeio-vos, vermes secos e vazios, lombrigas sujas em forma
De toupeiras encardidas, ratazanas pestilentas, apenas, com a ponta
Do rabo de fora, vós, Cobardes e Hipócritas, com um suposto rosto
De gente, que até os animais (mais) selvagens desprezam
Como carne putrefacta – a que, afinal, vos reduzis – que nem os abutres
Ousam Devorar, apesar de famintos!

Tenho nojo, repulsa figadal, de vós, asquerosos Cobardes e Hipócritas,
Nem em aparência respeitáveis! Sois pura figuração, meros pedaços
Difundidos – de espírito e de matéria ocos e nauseabundos –
Do ignóbil Nada que vos consome!

Sois, malditos Cobardes e Hipócritas,
A praga que a Medicina ainda não aniquilou!
Sois, malditos Cobardes e Hipócritas,
Uma espécie exaquerável de qualquer coisa insignificante,
Sem nome, sem designação própria no computo
Do autenticamente humano!

Podres, decompostos, estão os vossos corpos e as vossas almas!
Mas…, que corpos? Mas…, que almas?
Alma – esse Nobre sopro de pura Vida e Existência – não tendes! Nem corpo digno,
Nem matéria-prima, nem forma sustentável… nem nada que possamos
Identificar com alguma coisa de luminoso ou de glorioso…
De grandioso…que se possa descrever ou mencionar,
Com propriedade plausível e razoável!

Sois, Cobardes e Hipócritas, de tal modo in-identificáveis
No vosso parecer-ser – o Ser já não vos habita tão miserável
Ou desgraçado, que todos os adjectivos depreciativos se esgotam em
Todas as línguas, em todas as linguagens, em todos os dialectos…
Para vos classificar em sentido próprio!

Porque não morreis de uma vez só, Cobardes e Hipócritas,
Se sois a verdadeira e pura escumalha, a negra mancha do petróleo
Poluente que tudo contamina, a visão do Inferno e das trevas da
Escassa dignidade que ainda nos resta, a nós, os que existimos
De viso des-coberto, Aberto, na Transparência do claro e do distinto,
No “visto claramente visto”…, albergados nos múltiplos e extensos espaços
Da autenticidade do Ser e do Estar, que vós, atopos, não conheceis mais?

Excluo-vos, indigentes Cobardes e Hipócritas, sanguessugas mordazes,
Do meu pequeno-grande Mundo Mais-que-perfeito, com toda a humildade.

Se quiserem, se ousarem querer, alguma vez que seja,
Pelo menos uma vez, quiçá por entre alguns eventuais parcos
Momento de uma acidental lucidez remota que ainda possa vir
A surgir nos vossos enfermos espíritos quadrados e encurralados…
Digam que sou Arrogante. Vá, chamem-me Arrogante!
Vá, digam-no, afirmem-no, convictamente, se sois capazes!
Mas digam-no em Voz Bem Alta miseráveis Cobardes e Hipócrates!

Eu, apenas afirmo, assertoricamente:
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA, meus queridos!
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA, repito, e volto a repetir
Quantas vezes forem necessárias, agora e sempre… para sempre…
Neste e em todos os meus manifestos contra a COBARDIA e a HIPOCRISIA,
Em nome da assumpção plena da IDENTIDADE e da DIFERENÇA
Jamais camufladas ou ludibriadas!

É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que me corre nas veias de sangue quente, vivo e voraz!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que move as minhas sinapses neuronais,
Em permanente estado de alerta!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que alimenta a minha Alma, ávida da VERDADE!
E tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que me fustiga o Espírito, invariavelmente, CRÍTICO!

O que quereis mais, gente medonha e estúpida?

Se não tendes mais nada para dizer, se não sois mais
Capazes de engolir, a frio, a vossa Cobardia e Hipocrisia,
CALAI-VOS, PARA SEMPRE!

Isabel Rosete
22/09/2010

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem acção, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo se conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Assista ao filme: Necessary Illusions

La Rapsodie Tzigane



Povo autenticamente eleito, os Ciganos não carregam a responsabilidade de nenhum acontecimento nem de nenhuma instituição. Venceram a terra graças ao seu cuidado de nada fundar nela.

E. M. Cioran, Silogismos da Amargura, 2009, Letra Livre, Lisboa, p.99

Estranhas políticas que governam este nosso Portugal!

MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA

MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA

Para o enobrecimento dos Espíritos PUROS

Por: Isabel Rosete

Não sei mais amar o próximo como a mim mesma!

A futilidade é claustrofóbica e insuportável.
A mesquinhez é indigna e insolente.
A insensatez é medonha, terrível.
A ausência de espírito crítico, abominável.
A ignorância, a grande podridão das Almas.
E a (dita) … Normalidade?

Ah, a Normalidade, a grande farsa
Dos Cobardes e dos Hipócritas,
Desses que blasfemam, no mais sórdido silêncio,
Encobertos por opacos véus negros!

Ah, a Normalidade, a grande impostura do politicamente correcto
Dos que escondem o rosto próprio – que rosto próprio já não têm –
E todas as suas faces dissimuladas, mais ou menos latentes,
Mais ou menos manifestas pelo filtro da peneira social indigente –
Por medo, por desvario, por insciência,
Por fingimento, por sonsice... – simplesmente, porque convém –
Pelo temor das vozes dos outros, dos incipientes
Dizeres das bocas imundas – cheias de pecado e agonia –
Que não apoiam qualquer nobre e corajoso acto
De presentificação do ser si-mesmo, por si mesmo,
Que menosprezam – vã gloriadas – e aniquilam a Identidade!

Malditos! Malditos! Malditos! Mil vezes malditos! Sempre Malditos!
Eternamente vos amaldiçoo, sem pesar, Cobardes e Hipócritas,
Que impõem o Social apenas para proveito próprio, num acto
De egoísmo visceralmente brutal.
O fogo do Inferno – em grandes e ardentes chamas – vos desejo,
Com todas as forças que ainda me restam, com todas as forças que
Tenho e não tenho …até ao meu último fôlego sentido!

Odeio-vos, vermes secos e vazios, lombrigas sujas em forma
De toupeiras encardidas, ratazanas pestilentas, apenas, com a ponta
Do rabo de fora, vós, Cobardes e Hipócritas, com um suposto rosto
De gente, que até os animais (mais) selvagens desprezam
Como carne putrefacta – a que, afinal, vos reduzis – que nem os abutres
Ousam Devorar, apesar de famintos!

Tenho nojo, repulsa figadal, de vós, asquerosos Cobardes e Hipócritas,
Nem em aparência respeitáveis! Sois pura figuração, meros pedaços
Difundidos – de espírito e de matéria ocos e nauseabundos –
Do ignóbil Nada que vos consome!

Sois, malditos Cobardes e Hipócritas,
A praga que a Medicina ainda não aniquilou!
Sois, malditos Cobardes e Hipócritas,
Uma espécie exaquerável de qualquer coisa insignificante,
Sem nome, sem designação própria no computo
Do autenticamente humano!

Podres, decompostos, estão os vossos corpos e as vossas almas!
Mas…, que corpos? Mas…, que almas?
Alma – esse Nobre sopro de pura Vida e Existência – não tendes! Nem corpo digno,
Nem matéria-prima, nem forma sustentável… nem nada que possamos
Identificar com alguma coisa de luminoso ou de glorioso…
De grandioso…que se possa descrever ou mencionar,
Com propriedade plausível e razoável!

Sois, Cobardes e Hipócritas, de tal modo in-identificáveis
No vosso parecer-ser – o Ser já não vos habita tão miserável
Ou desgraçado, que todos os adjectivos depreciativos se esgotam em
Todas as línguas, em todas as linguagens, em todos os dialectos…
Para vos classificar em sentido próprio!

Porque não morreis de uma vez só, Cobardes e Hipócritas,
Se sois a verdadeira e pura escumalha, a negra mancha do petróleo
Poluente que tudo contamina, a visão do Inferno e das trevas da
Escassa dignidade que ainda nos resta, a nós, os que existimos
De viso des-coberto, Aberto, na Transparência do claro e do distinto,
No “visto claramente visto”…, albergados nos múltiplos e extensos espaços
Da autenticidade do Ser e do Estar, que vós, atopos, não conheceis mais?

Excluo-vos, indigentes Cobardes e Hipócritas, sanguessugas mordazes,
Do meu pequeno-grande Mundo Mais-que-perfeito, com toda a humildade.

Se quiserem, se ousarem querer, alguma vez que seja,
Pelo menos uma vez, quiçá por entre alguns eventuais parcos
Momento de uma acidental lucidez remota que ainda possa vir
A surgir nos vossos enfermos espíritos quadrados e encurralados…
Digam que sou Arrogante. Vá, chamem-me Arrogante!
Vá, digam-no, afirmem-no, convictamente, se sois capazes!
Mas digam-no em Voz Bem Alta miseráveis Cobardes e Hipócrates!

Eu, apenas afirmo, assertoricamente:
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA, meus queridos!
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA, repito, e volto a repetir
Quantas vezes forem necessárias, agora e sempre… para sempre…
Neste e em todos os meus manifestos contra a COBARDIA e a HIPOCRISIA,
Em nome da assumpção plena da IDENTIDADE e da DIFERENÇA
Jamais camufladas ou ludibriadas!

É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que me corre nas veias de sangue quente, vivo e voraz!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que move as minhas sinapses neuronais,
Em permanente estado de alerta!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que alimenta a minha Alma, ávida da VERDADE!
E tão-só a TRANSPARÊNCIA e a TOLERÂNCIA
Que me fustiga o Espírito, invariavelmente, CRÍTICO!

O que quereis mais, gente medonha e estúpida?

Se não tendes mais nada para dizer, se não sois mais
Capazes de engolir, a frio, a vossa Cobardia e Hipocrisia,
CALAI-VOS, PARA SEMPRE!

Isabel Rosete
22/09/2010

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem acção, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo se conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Assista ao filme: Necessary Illusions

La Rapsodie Tzigane



Povo autenticamente eleito, os Ciganos não carregam a responsabilidade de nenhum acontecimento nem de nenhuma instituição. Venceram a terra graças ao seu cuidado de nada fundar nela.

E. M. Cioran, Silogismos da Amargura, 2009, Letra Livre, Lisboa, p.99

Estranhas políticas que governam este nosso Portugal!