Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

Mensagem de Fim de Ano 2010 - Feliz 2011 !

Feliz 2011 ! Repleto de realizações !

" Um primeiro passo... um longo caminho... um desafio... uma oportunidade...e um pensamento..."


"Se, desde o 25 de Abril de 1974, o Estado esteve, [...] ao serviço do cidadão, a partir de finais do século passado evidencia-se que, [...] o cidadão encontra-se ao serviço dos interesses do Estado."



Mais do que viver do passado religioso e marinheiro, como o Estado Novo o fez ao longo de 48 anos, Portugal alimenta-se do futuro desde o 25 de Abril de 1974; primeiro do futuro socialista, terra sem mal e exemplo paradigmático para a Europa em 1975, e, depois, desde 1980, ano do acordo de pré-adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, da ambição de sermos exclusivamente Europa, tão normais quanto qualquer outro cidadão europeu - isto é, "técnicos" assépticos, inodoros, incolores e, de preferência, sem opinião que não a do chefe. Porém, como Eduardo Lourenço teorizou desde a década de 80, tornámo-nos europeus no exacto momento em que este continente se abandonou a um plano inclinado decadentista, expressor de uma mortalidade anunciada a prazo, para o qual o federalismo mais sabe a uma necessidade de garantia de sobrevivência de povos fracos comandados por chefes janotas e espertotes do que a uma refundação do antigo poder imperial. Recentemente, o Estado Português, imitando a Europa durante escassos trinta anos, garantia saúde, educação, reforma e esforço de empregabilidade aos portugueses pobres. Sabem-se agora os portugueses conhecedores de uma outra Europa, a hidra decadentista que lhes corta maternidades, escolas e lhes suga a reforma. Esta é hoje a real ideia de Europa na mente dos portugueses, com excepção da elite de 5000 dirigentes do Estado, que continuam a visionar a Europa como terra do ouro e do mel, ambicionando fazer carreira numa das mordomias europeias. O actual Estado português constitui-se como a expressão ideológica e económica desta nova Europa que os portugueses pobres desconheciam, na qual este, o Estado mais do que garantia de direitos cívicos, exige do cidadão o estrito cumprimento de deveres técnicos - a sua democracia, mais do que formal, goza de um estatuto meramente aparente, confundindo-se o grau de liberdade do cidadão com o nível em que se instala na hierarquia financeira. Não existe democracia quando não existe uma "consciência e uma moral comuns", isto é, valores comunitários de partilha e de solidariedade como âmago da vivência social. Diferentemente, a nossa actual democracia é composta por jogos de interesses oligárquicos, de grupos, de baronatos, de pressões políticas e financeiras, orientados por técnicos arranjistas que costuram leis fragmentárias tendo em conta, não o Bem Comum, mas o resultado do conflito institucional entre o interesse financeiro do Estado e os interesses grupais emergentes.

Se, desde o 25 de Abril de 1974, o Estado esteve, melhor ou pior, ao serviço do cidadão, a partir de finais do século passado evidencia-se que, por necessidades financeiras do Estado, o processo foi invertido: o cidadão encontra-se ao serviço dos interesses do Estado.

Miguel Real, A Morte de Portugal, Campo das Letras, 2007, pp.23-24

Sejamos Natal


Para além de todas as demagogias,
Para além do politicamente correcto,
Para além de todas as hipocrisias,

Celebremos, finalmente, o Espírito do Natal
Em todos os momentos
Desta nossa existência, tão efémera.

Natal é Fraternidade, Solidariedade, Paz,
Amor e Alegria na Terra
E nos Corações dos Homens.

Natal é a apologia do autenticamente Humano,
Em toda a sua essência genuína
De Bondade e de Verdade.

Natal é o enaltecimento de um Mundo
Onde não haja mais lugar para a Crueldade,
Para a Violência ou para a Agressividade.

Natal é a reunião dos Corações sensíveis
Que lutam, desesperadamente, pela União dos
Povos e das Nações.

Natal é a rejeição da Discriminação,
Dos horrores da Guerra,
Da mutilação dos Corpos e das Almas.

Natal é a consciência da Miséria Humana,
O compromisso da sua superação,
O enaltecimento da Justiça e de todas as Uniões.

Natal é o triunfo do Bem e do Belo,
A glória de todos os Renascimentos,
A comemoração da Dignidade Humana.

Natal é a benção do sempre Novo,
O louvor de todo o acto de Criação,
De Renovação e de Regeneração.

Sejamos Natal,
Hoje, sempre,
Para sempre.

Isabel Rosete

ÁGUA

Sugestão de leitura:
http://isabelrosetevozes.blogspot.com/

Saudações poéticas,
IR

Pré-conteito(s) II


O turbilhão intelectual

Dos mente-captos,

Promovem;

Os maquiavélicos desígnios

Dos tiranos,

Alimentam,

Sob o corrosivo dogmatismo,

Que as fímbrias do fanatismo

Enaltece

E o espírito crítico

Adormece.

Isabel Rosete

--

Pré-conceito(s) III


Em seu nome matam-se

Os Povos inocentes,

Destrói-se a Diversidade,

Aniquila-se a Autonomia,

Esmaga-se a Igualdade,

Extermina-se a singular

Especificidade das gentes,

Imperativamente caladas,

Cobardemente açoitadas,

Lançadas nas valetas

Da Vida perdida,

Nos limiares da Morte

Das almas petrificadas.



Isabel Rosete

---

Pré-conceitos(s) IV

Deflagradores da essência humana

Movem-se

Neste Mundo de Pó e Miséria.


Insultos degenerativos,

Atentados hiperbólicos

A todas as formas de inteligência;


Traços da pobreza mental

Dos que olham,

Mas não vêm;

Pedaços do ruído de-formado

Dos que ouvem,

Mas não escutam;

Fios da cegueira opaca,

Dos que caminham

Em linha recta;

Manifestações da podridão

Do Mundo

Que não se apressa;


Degenerações contaminadas,

Que o Universo

Mobilizam;


Calcanhar(es) de Aquiles

De todas as revoluções,

Cegamente amputadas

Pelas ideologias unilaterais,

Que as divergências

Proíbem;

Amantes da hipocrisia,

Da falsa moral,

Do aparente puritanismo;


Parceiros da demagogia,

Camuflada,

Dos homens do Poder;

Pares da propaganda

Enganosa

Dos falsos revolucionários,

Que a Humanidade ilusoriamente

Encantam e não enobrecem.


Isabel Rosete

---

Nota: Como podem reparar, estes pensamentos têm uma grande dose de inspiração em Saramago. Foram escritos, aliás, em 07/03/08, aquando da minha leitura dessa sua obra magistral, a maior do autor, assim o considero na minha modesta classificação, intitulada "Ensaio sobre a Cegueira".

Podem ler-se, embora sobre outra versão, em "Vozes do Pensamento".
Um abraço para todos,

Isaabel Rosete

1 de Dezembro - Dia da Interindependência



Nunca houve nações independentes. Todas foram, são e serão interdependentes, ou, quando muito "interindependentes", como gostava de dizer, de nós todos, Raimon Pannikar.

Todavia, nesta interindependência, há que assumir a responsabilidade de a gerir, orientando-a na melhor direcção possível para todos. Sem uma ideia e um projecto não existe uma comunidade, uma nação, um povo. Mas essa ideia, esse projecto, devem ser hoje trans-nacionais, gerando um novo sentimento de comunidade: para além das diferenças nacionais, culturais e linguísticas, a comunidade daqueles que visam um mundo melhor para todos os interindependentes e se decidem a realizá-lo desde já nas suas vidas, sem esperar pelo Estado, sempre ocupado com o que menos importa.

É este o projecto de um Outro Portugal, dimensionado à escala planetária, que se especialize no universal, no abraço ao mundo e a todos os seres vivos.

É este o Portugal que urge fundar, por sobre as ruínas do velho Portugal e do velho mundo que agonizam.

Valete, Fratres!

Mensagem de Fim de Ano 2010 - Feliz 2011 !

Feliz 2011 ! Repleto de realizações !

" Um primeiro passo... um longo caminho... um desafio... uma oportunidade...e um pensamento..."


"Se, desde o 25 de Abril de 1974, o Estado esteve, [...] ao serviço do cidadão, a partir de finais do século passado evidencia-se que, [...] o cidadão encontra-se ao serviço dos interesses do Estado."



Mais do que viver do passado religioso e marinheiro, como o Estado Novo o fez ao longo de 48 anos, Portugal alimenta-se do futuro desde o 25 de Abril de 1974; primeiro do futuro socialista, terra sem mal e exemplo paradigmático para a Europa em 1975, e, depois, desde 1980, ano do acordo de pré-adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, da ambição de sermos exclusivamente Europa, tão normais quanto qualquer outro cidadão europeu - isto é, "técnicos" assépticos, inodoros, incolores e, de preferência, sem opinião que não a do chefe. Porém, como Eduardo Lourenço teorizou desde a década de 80, tornámo-nos europeus no exacto momento em que este continente se abandonou a um plano inclinado decadentista, expressor de uma mortalidade anunciada a prazo, para o qual o federalismo mais sabe a uma necessidade de garantia de sobrevivência de povos fracos comandados por chefes janotas e espertotes do que a uma refundação do antigo poder imperial. Recentemente, o Estado Português, imitando a Europa durante escassos trinta anos, garantia saúde, educação, reforma e esforço de empregabilidade aos portugueses pobres. Sabem-se agora os portugueses conhecedores de uma outra Europa, a hidra decadentista que lhes corta maternidades, escolas e lhes suga a reforma. Esta é hoje a real ideia de Europa na mente dos portugueses, com excepção da elite de 5000 dirigentes do Estado, que continuam a visionar a Europa como terra do ouro e do mel, ambicionando fazer carreira numa das mordomias europeias. O actual Estado português constitui-se como a expressão ideológica e económica desta nova Europa que os portugueses pobres desconheciam, na qual este, o Estado mais do que garantia de direitos cívicos, exige do cidadão o estrito cumprimento de deveres técnicos - a sua democracia, mais do que formal, goza de um estatuto meramente aparente, confundindo-se o grau de liberdade do cidadão com o nível em que se instala na hierarquia financeira. Não existe democracia quando não existe uma "consciência e uma moral comuns", isto é, valores comunitários de partilha e de solidariedade como âmago da vivência social. Diferentemente, a nossa actual democracia é composta por jogos de interesses oligárquicos, de grupos, de baronatos, de pressões políticas e financeiras, orientados por técnicos arranjistas que costuram leis fragmentárias tendo em conta, não o Bem Comum, mas o resultado do conflito institucional entre o interesse financeiro do Estado e os interesses grupais emergentes.

Se, desde o 25 de Abril de 1974, o Estado esteve, melhor ou pior, ao serviço do cidadão, a partir de finais do século passado evidencia-se que, por necessidades financeiras do Estado, o processo foi invertido: o cidadão encontra-se ao serviço dos interesses do Estado.

Miguel Real, A Morte de Portugal, Campo das Letras, 2007, pp.23-24
Sejamos Natal


Para além de todas as demagogias,
Para além do politicamente correcto,
Para além de todas as hipocrisias,

Celebremos, finalmente, o Espírito do Natal
Em todos os momentos
Desta nossa existência, tão efémera.

Natal é Fraternidade, Solidariedade, Paz,
Amor e Alegria na Terra
E nos Corações dos Homens.

Natal é a apologia do autenticamente Humano,
Em toda a sua essência genuína
De Bondade e de Verdade.

Natal é o enaltecimento de um Mundo
Onde não haja mais lugar para a Crueldade,
Para a Violência ou para a Agressividade.

Natal é a reunião dos Corações sensíveis
Que lutam, desesperadamente, pela União dos
Povos e das Nações.

Natal é a rejeição da Discriminação,
Dos horrores da Guerra,
Da mutilação dos Corpos e das Almas.

Natal é a consciência da Miséria Humana,
O compromisso da sua superação,
O enaltecimento da Justiça e de todas as Uniões.

Natal é o triunfo do Bem e do Belo,
A glória de todos os Renascimentos,
A comemoração da Dignidade Humana.

Natal é a benção do sempre Novo,
O louvor de todo o acto de Criação,
De Renovação e de Regeneração.

Sejamos Natal,
Hoje, sempre,
Para sempre.

Isabel Rosete

ÁGUA

Sugestão de leitura:
http://isabelrosetevozes.blogspot.com/

Saudações poéticas,
IR
Pré-conteito(s) II


O turbilhão intelectual

Dos mente-captos,

Promovem;

Os maquiavélicos desígnios

Dos tiranos,

Alimentam,

Sob o corrosivo dogmatismo,

Que as fímbrias do fanatismo

Enaltece

E o espírito crítico

Adormece.

Isabel Rosete

--

Pré-conceito(s) III


Em seu nome matam-se

Os Povos inocentes,

Destrói-se a Diversidade,

Aniquila-se a Autonomia,

Esmaga-se a Igualdade,

Extermina-se a singular

Especificidade das gentes,

Imperativamente caladas,

Cobardemente açoitadas,

Lançadas nas valetas

Da Vida perdida,

Nos limiares da Morte

Das almas petrificadas.



Isabel Rosete

---

Pré-conceitos(s) IV

Deflagradores da essência humana

Movem-se

Neste Mundo de Pó e Miséria.


Insultos degenerativos,

Atentados hiperbólicos

A todas as formas de inteligência;


Traços da pobreza mental

Dos que olham,

Mas não vêm;

Pedaços do ruído de-formado

Dos que ouvem,

Mas não escutam;

Fios da cegueira opaca,

Dos que caminham

Em linha recta;

Manifestações da podridão

Do Mundo

Que não se apressa;


Degenerações contaminadas,

Que o Universo

Mobilizam;


Calcanhar(es) de Aquiles

De todas as revoluções,

Cegamente amputadas

Pelas ideologias unilaterais,

Que as divergências

Proíbem;

Amantes da hipocrisia,

Da falsa moral,

Do aparente puritanismo;


Parceiros da demagogia,

Camuflada,

Dos homens do Poder;

Pares da propaganda

Enganosa

Dos falsos revolucionários,

Que a Humanidade ilusoriamente

Encantam e não enobrecem.


Isabel Rosete

---

Nota: Como podem reparar, estes pensamentos têm uma grande dose de inspiração em Saramago. Foram escritos, aliás, em 07/03/08, aquando da minha leitura dessa sua obra magistral, a maior do autor, assim o considero na minha modesta classificação, intitulada "Ensaio sobre a Cegueira".

Podem ler-se, embora sobre outra versão, em "Vozes do Pensamento".
Um abraço para todos,

Isaabel Rosete

1 de Dezembro - Dia da Interindependência



Nunca houve nações independentes. Todas foram, são e serão interdependentes, ou, quando muito "interindependentes", como gostava de dizer, de nós todos, Raimon Pannikar.

Todavia, nesta interindependência, há que assumir a responsabilidade de a gerir, orientando-a na melhor direcção possível para todos. Sem uma ideia e um projecto não existe uma comunidade, uma nação, um povo. Mas essa ideia, esse projecto, devem ser hoje trans-nacionais, gerando um novo sentimento de comunidade: para além das diferenças nacionais, culturais e linguísticas, a comunidade daqueles que visam um mundo melhor para todos os interindependentes e se decidem a realizá-lo desde já nas suas vidas, sem esperar pelo Estado, sempre ocupado com o que menos importa.

É este o projecto de um Outro Portugal, dimensionado à escala planetária, que se especialize no universal, no abraço ao mundo e a todos os seres vivos.

É este o Portugal que urge fundar, por sobre as ruínas do velho Portugal e do velho mundo que agonizam.

Valete, Fratres!