Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

ENTRE

Intervalo onde nos encontramos. Disseste-me que estaríamos Entre. Inventaste um espaço onde tudo seria possível. Amor que não se cansa. Limite que não se conhece. Uma janela - eterno Entre na paisagem.

Tudo em aberto- intervalo inventado por ti, agora finito.

Quando a unidade procura o vazio e quase chega lá, dita a física que esse encontro nunca se faz por mais próximo que seja, em absoluto não existe.

Dá-me então esse relativo, onde existimos sem forma e limite. Este que cresce quanto mais Entre estivermos.
No limite, vivemos fora dele, sempre a procurar o infinito.

No intervalo que acabaste por definir - ilusão de finito, deixámos de amar.

Aparece o o sol a dizer que é azul
Olho e vejo o espectro
Vem o cego, toca meu seio
diz que é preto
eu o sinto tão sem cor, agora!

Falas do elo que falta, e eu te respondo que é na ausência que vivem os meus textos. O silêncio entre a última e a próxima palavra - ali onde respira o que não deve ser dito.

Dá-me um beijo na boca
Intervalo que somos
Um no outro - agora
Entre um beijo e outro

Procura a semente, cultiva, colhe
Fruta da época - Entre uma estação
e outra
Mortas as maçãs do meu pomar
Sementes de novo
Ama enquanto for tempo
Morre dentro do tempo
Semente de novo

Intervalo que não se acaba
Entre - Sempre

Nós,
Cidadãos,
O que Somos?

Marionetes
Nas mãos do Poder d’alguns?

Meros cumpridores,
Passivos,
Das leis que não ouviram
As nossas vozes?

Escravos,
Voluntários
Ou involuntários,
De uma liberdade que não é a nossa?

Peças solitárias
De um jogo
Por outros criado,
Sem intimarem
As nossas vontades?

Perpétuas presas
Dos regimes políticos
Que não elegemos?

Gentes sem coragem
Para erguer a sua
Própria voz?

Isabel Rosete

ENTRE

Intervalo onde nos encontramos. Disseste-me que estaríamos Entre. Inventaste um espaço onde tudo seria possível. Amor que não se cansa. Limite que não se conhece. Uma janela - eterno Entre na paisagem.

Tudo em aberto- intervalo inventado por ti, agora finito.

Quando a unidade procura o vazio e quase chega lá, dita a física que esse encontro nunca se faz por mais próximo que seja, em absoluto não existe.

Dá-me então esse relativo, onde existimos sem forma e limite. Este que cresce quanto mais Entre estivermos.
No limite, vivemos fora dele, sempre a procurar o infinito.

No intervalo que acabaste por definir - ilusão de finito, deixámos de amar.

Aparece o o sol a dizer que é azul
Olho e vejo o espectro
Vem o cego, toca meu seio
diz que é preto
eu o sinto tão sem cor, agora!

Falas do elo que falta, e eu te respondo que é na ausência que vivem os meus textos. O silêncio entre a última e a próxima palavra - ali onde respira o que não deve ser dito.

Dá-me um beijo na boca
Intervalo que somos
Um no outro - agora
Entre um beijo e outro

Procura a semente, cultiva, colhe
Fruta da época - Entre uma estação
e outra
Mortas as maçãs do meu pomar
Sementes de novo
Ama enquanto for tempo
Morre dentro do tempo
Semente de novo

Intervalo que não se acaba
Entre - Sempre
Nós,
Cidadãos,
O que Somos?

Marionetes
Nas mãos do Poder d’alguns?

Meros cumpridores,
Passivos,
Das leis que não ouviram
As nossas vozes?

Escravos,
Voluntários
Ou involuntários,
De uma liberdade que não é a nossa?

Peças solitárias
De um jogo
Por outros criado,
Sem intimarem
As nossas vontades?

Perpétuas presas
Dos regimes políticos
Que não elegemos?

Gentes sem coragem
Para erguer a sua
Própria voz?

Isabel Rosete