[...] no Reino [de Deus na Terra] não haverá problemas económicos, todos hão-de ser como as flores que não fiam nem tecem e andam com os vestuários mais belos do que os de Salomão ou como as aves ligeiras que sempre encontram alimento e lugar para um ninho; no Reino, que se abrirá a todos, sem distinção de nações, de raças, de classes ou de castas, não haverá violências, mesmo as de defesa, nem juramentos, nem posse de bens materiais, nem o homem terá de ser previdente, no contínuo temor da velhice, da doença, da morte; no Reino ninguém terá que trabalhar, o que significa certamente que ninguém terá de se sujeitar a tarefas que vão contra as suas tendências íntimas, ou abatem a saúde ou são puras formas de escravatura; no Reino se poderá ter o desprezo pelo dinheiro, dado que exista; no Reino não haverá a menor ideia de organização familiar, que Jesus lia, decididamente, a um certo estádio de evolução económica e moral; no Reino não haverá Estado, com príncipes que oprimam os cidadãos; antes cada um será, voluntariamente, por amor e interesse do espírito, o servidor dos outros; no Reino não haverá processos, nem tribunais, nem juízes; no Reino não haverá senão bondade, amor, fervor espiritual, contemplação de ideias, profunda, segura, inabalável felicidade.
Agostinho da Silva, in «Cristianismo»
0 comentários:
Enviar um comentário