Durante os últimos 30 anos, tem-se assistido, em Portugal, a um desinvestimento e mesmo à destruição da rede ferroviária. Senão vejamos: neste período foram encerradas definitivamente 724 km de linhas férreas; em 1974, a rede ferroviária nacional tinha 3.563 km, enquanto em 2006 a sua extensão era de 2.839 km (segundo números que não confirmei junto de fonte fidedigna, em 2009 seria cerca de 2.500 km).
É algo que, pessoalmente, tenho grandes dificuldades em compreender. É certo que o transporte ferroviário obriga a um constante investimento na conservação e modernização de infra-estruturas e que são necessários elevados investimentos em material circulante, instalações fixas, terminais e equipamentos de carga e de descarga. E que tem menor flexibilidade de rotas e horários.
No entanto, possui uma grande capacidade de transporte, apresenta uma velocidade elevada, realiza o seu tráfego em vias exclusivas e tem um custo operacional baixo em relação ao peso total transportado. Para além disso, é seguro, energeticamente eficiente e é uma alternativa válida a outros meios de transporte mais poluentes, podendo dar uma grande contribuição para a redução do número de automóveis em circulação.
Nem a desculpa de que somos um país demasiado pequeno para rentabilizar o investimento serve. A Suíça é o país com mais passageiros por quilómetro de linha. Transportou, em 2008, 320 milhões de passageiros.
E que dizer de países como o Reino Unido, onde o comboio é uma componente importante do seu turismo? Fá-lo, por exemplo, através das “scenic routes”, onde os passageiros podem desfrutar de paisagens magníficas em marcha mais lenta. Assim se promove o património natural e cultural do país, para além da economia local e nacional.
0 comentários:
Enviar um comentário