Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

Ciência e Amor

"(...) Quando nos declaramos racionais, estamos na verdade procurando desvalorizar as emoções, e “não vemos o entrelaçamento entre razão e emoção, que constitui nosso viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional” (Maturana, 1998, p.15). Esse fundamento emocional se explica através do entendimento biológico das emoções como disposições dinâmicas que ocorrem na fisiologia internamente no sistema nervoso e no organismo que acontecem enquanto acontecem as ações no fluir do nosso viver. Neste fluir, tudo o que fazemos se constitui a partir das emoções que configuram o que fazemos. Inclusive quando dizemos que estamos fazendo algo a partir da razão, estamos nos movendo em reflexões que acontecem na linguagem, que por sua vez acontece como um fluir de coordenações de ações fundadas nas emoções que lhes deram origem. Por isso, afirma que “não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torna possível como um ato”, e que “Todo sistema racional se constitui no operar com premissas previamente aceitas, a partir de uma certa emoção” (Maturana, 1998).
Ao afirmar que toda a ação humana depende de uma emoção para se constituir,
Maturana afirma que o social surge de uma emoção específica que é o amor. Entretanto, amor e emoção, para este pensador, não expressam o mesmo que sentimentos, como comumente são conotados. Sentimentos para ele são as maneiras como costumamos designar diferentes emoções, assim, dizemos que estamos com sentimentos de raiva, tristeza, alegria, e outros. O amor, para ele, não especifica nenhum tipo de valor a ser cultuado, nem fala em amor como um preceito cristão ou religioso. A importância da emoção que ele denomina de amor, como aquela emoção que acontece na aceitação mútua, é que esta emoção é a que fundamenta o social. Para ele, somente o amor como a emoção de aceitação do outro como legítimo outro
na relação pode estabelecer o social. Ao expor seus argumentos, especialmente sobre os fundamentos do humano, Maturana sempre envolve o amor e a cooperação como condições constituintes da nossa espécie como espécie biológica. "


Artigo completo em: http://www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e4.pdf

Humberto Maturana: Prêmio Nacional de Ciência no Chile e co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.

1 comentários:

Cristina Castro disse...

Obrigada! gostei muito!

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Ciência e Amor

"(...) Quando nos declaramos racionais, estamos na verdade procurando desvalorizar as emoções, e “não vemos o entrelaçamento entre razão e emoção, que constitui nosso viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional” (Maturana, 1998, p.15). Esse fundamento emocional se explica através do entendimento biológico das emoções como disposições dinâmicas que ocorrem na fisiologia internamente no sistema nervoso e no organismo que acontecem enquanto acontecem as ações no fluir do nosso viver. Neste fluir, tudo o que fazemos se constitui a partir das emoções que configuram o que fazemos. Inclusive quando dizemos que estamos fazendo algo a partir da razão, estamos nos movendo em reflexões que acontecem na linguagem, que por sua vez acontece como um fluir de coordenações de ações fundadas nas emoções que lhes deram origem. Por isso, afirma que “não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torna possível como um ato”, e que “Todo sistema racional se constitui no operar com premissas previamente aceitas, a partir de uma certa emoção” (Maturana, 1998).
Ao afirmar que toda a ação humana depende de uma emoção para se constituir,
Maturana afirma que o social surge de uma emoção específica que é o amor. Entretanto, amor e emoção, para este pensador, não expressam o mesmo que sentimentos, como comumente são conotados. Sentimentos para ele são as maneiras como costumamos designar diferentes emoções, assim, dizemos que estamos com sentimentos de raiva, tristeza, alegria, e outros. O amor, para ele, não especifica nenhum tipo de valor a ser cultuado, nem fala em amor como um preceito cristão ou religioso. A importância da emoção que ele denomina de amor, como aquela emoção que acontece na aceitação mútua, é que esta emoção é a que fundamenta o social. Para ele, somente o amor como a emoção de aceitação do outro como legítimo outro
na relação pode estabelecer o social. Ao expor seus argumentos, especialmente sobre os fundamentos do humano, Maturana sempre envolve o amor e a cooperação como condições constituintes da nossa espécie como espécie biológica. "


Artigo completo em: http://www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e4.pdf

Humberto Maturana: Prêmio Nacional de Ciência no Chile e co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.

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Cristina Castro disse...

Obrigada! gostei muito!

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