sexta-feira, 26 de março de 2010
Publicada por Cristina Castro à(s) 02:22 0 comentáriosEtiquetas: Saúde
Ciência e Amor
"(...) Quando nos declaramos racionais, estamos na verdade procurando desvalorizar as emoções, e “não vemos o entrelaçamento entre razão e emoção, que constitui nosso viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional” (Maturana, 1998, p.15). Esse fundamento emocional se explica através do entendimento biológico das emoções como disposições dinâmicas que ocorrem na fisiologia internamente no sistema nervoso e no organismo que acontecem enquanto acontecem as ações no fluir do nosso viver. Neste fluir, tudo o que fazemos se constitui a partir das emoções que configuram o que fazemos. Inclusive quando dizemos que estamos fazendo algo a partir da razão, estamos nos movendo em reflexões que acontecem na linguagem, que por sua vez acontece como um fluir de coordenações de ações fundadas nas emoções que lhes deram origem. Por isso, afirma que “não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torna possível como um ato”, e que “Todo sistema racional se constitui no operar com premissas previamente aceitas, a partir de uma certa emoção” (Maturana, 1998).
Ao afirmar que toda a ação humana depende de uma emoção para se constituir,
Maturana afirma que o social surge de uma emoção específica que é o amor. Entretanto, amor e emoção, para este pensador, não expressam o mesmo que sentimentos, como comumente são conotados. Sentimentos para ele são as maneiras como costumamos designar diferentes emoções, assim, dizemos que estamos com sentimentos de raiva, tristeza, alegria, e outros. O amor, para ele, não especifica nenhum tipo de valor a ser cultuado, nem fala em amor como um preceito cristão ou religioso. A importância da emoção que ele denomina de amor, como aquela emoção que acontece na aceitação mútua, é que esta emoção é a que fundamenta o social. Para ele, somente o amor como a emoção de aceitação do outro como legítimo outro
na relação pode estabelecer o social. Ao expor seus argumentos, especialmente sobre os fundamentos do humano, Maturana sempre envolve o amor e a cooperação como condições constituintes da nossa espécie como espécie biológica. "
Artigo completo em: http://www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e4.pdf
Humberto Maturana: Prêmio Nacional de Ciência no Chile e co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.
Entrevista a Augusto Curry
Augusto Cury habla y escribe con pasión sobre la educación. Pero en el discurso de este psiquiatra brasileño no asoman ni la geografía, ni las matemáticas, ni la física, ni la Historia... Prefiere centrarse en la empatía, en la libertad creativa, en lo que define como humanización del conocimiento. ...
http://revista.consumer.es/web/es/20091101/entrevista/75246.php
Arqueologia da Psique - Museu de Imagens do Inconsciente
ARQUEOLOGIA DA PSIQUE
"Nise da Silveira iniciou um trabalho revolucionário a partir de seu inconformismo com as práticas psiquiátricas utilizadas na década de 40, tais como eletrochoque, insulinoterapia, lobotomia, confinamento. Criando a Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Pedro II (Rio de janeiro), busca fundamentar cientificamente esta terapêutica, conduzindo-a não como mera ocupação ou utilização de mão-de-obra nos serviços hospitalares, como era uso na época, mas procurando beneficiar os indivíduos ali internados com atividades que lhes possibilitassem um meio de expressão e de resgate de sua individualidade.
Através desse método, os resultados não demoraram a aparecer: as melhoras clínicas se acentuavam e, dentre as atividades oferecidas, pintura e modelagem se destacaram, gerando uma grande produção, que ela logo percebeu ser um meio de acesso ao enigmático mundo interno do esquizofrênico. Surgem imagens inusitadas, temas e símbolos recorrentes que a intrigam. Reunindo essas obras com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas sobre seus significados, funda então, em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente.
Observava que muitas dessas imagens configuravam formas circulares ou próximas do círculo - símbolos de unidade e ordenação - extremamente semelhantes a imagens utilizadas para meditação ou representação da divindade em religiões orientais (mandalas).
Como pessoas que perderam a unidade do pensamento, instância máxima da consciência, poderiam produzir em grande quantidade os símbolos de unidade? E por quê?
Pesquisadora incansável, resolveu então escrever uma carta ao professor Jung, juntando imagens produzidas por diferentes autores. A resposta de Jung não tardou: eram mesmo mandalas e correspondiam ao potencial autocurativo da psique, em oposição à dissociação, ao estado de confusão psíquica do ser, uma manifestação do inconsciente para compensar a situação caótica vivida por esses indivíduos.
Deste primeiro contato originou-se um relacionamento que não viria a introduzir a psicologia junguiana no Brasil, mas constituir-se-ia também numa nova abertura para melhor compreensão da psicose e dos conteúdos que daí emergem. Confirmava-se, então, que as atividades expressivas, além de possuírem validade terapêutica, eram também excelente meio para o conhecimento dos processos que se desenrolam na obscuridade do inconsciente."
Clicar nos quadros do fundo da página http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/expos/arqueologia/arqueologia.html## para ver um estudo comparativo entre os quadros pintados por indivíduos com esquizofrenia e os arquétipos universais.
NOTA: O Museu de Imagens do Inconsciente teve origem nos ateliês de pintura e de modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional, organizada por Nise da Silveira em 1946, no Centro Psiquiátrico Pedro II. Aconteceu que a produção desses ateliês foi tão abundante e revelou-se de tão grande interesse científico e utilidade no tratamento psiquiátrico que pintura e modelagem assumiram posição peculiar.
Daí nasceu a idéia de organizar-se um Museu que reunisse as obras criadas nesses setores de atividade, a fim de oferecer ao pesquisador condições para o estudo de imagens e símbolos e para o acompanhamento da evolução de casos clínicos através da produção plástica espontânea. Em 20 de maio de 1952 foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, numa pequena sala. Em 28 de setembro de 1956 passou a ocupar mais amplas instalações inauguradas com a presença dos ilustres psiquiatras Henry Ey, Paris; Lopez Íbor, Madrid; e Ramom Sarró (Barcelona) que se encontravam no Rio a convite da Universidade do Brasil. Já naquela data, segundo o professor Lopez Íbor, o Museu de Imagens do Inconsciente “reunia uma coleção artística psicopatológica única no mundo”.
Humanização do Plano Nacional de Saúde 2011-2016
Dia 8 e 9 de Março deste ano, aconteceu no Centro de Congressos de Lisboa, o 3º Fórum Nacional de Saúde. O Outro Portugal esteve lá e ouviu o que os responsáveis pelas políticas de saúde no nosso país disseram relativamente à avaliação do Plano Nacional de Saúde (PNS) actual e aos objectivos do Plano Nacional de Saúde (PNS) 2011-2016.
O encontro foi brindado com a participação da representante da Europa na Organização Mundial de Saúde (OMS), que não deixou passar a oportunidade para sublinhar a importância do desenvolvimento de acções e práticas baseadas em evidencia científica, apelando para uma mais estreita e cooperante ligação entre a comunidade médica e a comunidade científica.
Relativamente à avaliação do actual PNS, de acordo com a classificação atribuída pela OMS, o Plano de Saúde Português foi classificado em 12º lugar a nível mundial, o que é considerado um boa classificação. Esta classificação, conseguida através dos registos estatísticos de diminuição da gravidez adolescente, aumento do consumo de medicamentos genéricos, aumento da esperança de vida à nascença, baixo nível de mortalidade infantil, diminuição do número de mortes nas estradas, assim como a referencia da OMS de Portugal ter optado por um adequado acompanhamento da saúde infantil e escolar, foi no entanto abordada pelo Dr. Jorge Sampaio como uma conquista que não deve nem pode ser limitadora da acção futura, no sentido de que cada vez mais o PNS esteja mais próximo das necessidades da população e por isso mesmo, seja cada vez melhor.
Como aspectos negativos na avaliação do mesmo PNS, foram notados um aumento dos partos prematuros, um aumento dos nascimentos de termo com baixo peso (relacionado com um aumento do tabagismo, activo ou passivo, no grupo de grávidas), um aumento do número de cesarianas, uma ainda insuficiente saúde mental e um aumento do consumo de antidepressivos e ansioliticos... bem, na realidade, este último indicador foi considerado por Margarida Pinto Correia como bom (?!); mas penso que deve ter sido engano.
Nada foi referido relativamente ao atendimento da mulher durante o parto (poderiam ter referido o projecto Cegonha da Maternidade Alfredo da Costa, por exemplo, que pretende apostar numa abordagem mais natural, humana e fisiológica do parto, de acordo com as tão importantes evidencias científicas que a OMS preconiza), nem à amamentação, nem à forma como se acompanha a morte em Portugal. Este silêncio parece sugerir ou que está tudo bem nestas áreas, ou que estes são assuntos de menor importância ou que, o que é mais provavel, são assuntos de que ninguém gosta de falar. Para mim, este silêncio é sintomático de uma grave patologia social que é urgente ser cuidada.
Em relação aos muitos e bons trabalhos que têm vindo a ser "patrocinados" pela Direcção Geral de Saúde (DGS) em projectos implementados por diversas Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS), não há novidades. Como alguém na assistência referiu, os temas alvo de serem subsidiados continuam a ser os mesmos de sempre: toxicodependencia, obesidade, HIV e pouco mais. Não que não continue a ser importante trabalhar nestas áreas, apenas seria interessante alargar o leque a tantas outras importantes vertentes da saúde, que têm sido trabalhadas por IPSS e outras organizações, sem qualquer apoio financeiro, o que muitas vezes dificulta o trabalho e a possibilidade do mesmo ser mais abrangente. É que subsidiar instituições que resolvem, muitas vezes, questões de saúde, não é caridade! Sem o trabalho destas organizações não especializadas em saúde, o Sistema Nacional de Saúde certamente não teria capacidade para responder às diversas solicitações e também a classificação da Saúde Portuguesa não teria sido tão satisfatória; isto foi reconhecido pela própria mesa de palestrantes durante o Fórum.
De entre os projectos salientam-se os relacionados com a Saúde Oral, embora não seja esta a única especialidade de que carece o nosso Sistema Nacional de Saúde.
Uma forte componente Comunitária e de Cidadania existiu nos debates relacionados com os objectivos para o próximo PNS. Foi abordada a necessidade de ouvir o cidadão e o utente, respeitando as suas decisões em relação à sua vida e sua saúde, incluindo-o como principal agente no processo de cura ou manutenção da saúde. Foi referido que é urgente empoderar a pessoa, doente ou não, para que passe a ser mais responsável pelas suas decisões e comportamentos. Foi sublinhado que mais importante que actuar na cura é actuar na prevenção, no sentido de possibilitar aos cidadãos a opção por estilos de vida mais saudáveis.
Neste contexto e também porque o grande mote da OMS é o de aumentar a proximidade dos Orgãos de Saúde dos países aos seus cidadãos, o PNS 2011-2016 promete ser revolucionário no que diz respeito à humanização do Plano em si. Para este objectivo ser alcançado, foi construída uma plataforma interactiva no site do Plano Nacional de Saúde 2011-2016 (http://www.acs.min-saude.pt/pns2011-2016/), a qual foi activada no dia 8/03/2010.
Tendo eu já experimentado usar a plataforma, devo referir que não está propriamente acessível. Quem quiser usar, tem de saber que ela existe e tem de procurar um pouco até encontrar: entrando no site terão de clicar em Por uma Participação Consequente e aí entrar em Plataforma Saúde em Diálogo... estou a aguardar a resposta a uma pergunta que enviei, relacionada com a forma de utilizar a plataforma; sugeri ainda que a colocassem de forma mais visível.
Penso que já não é nada mau existir uma intenção de se mudar a abordagem da saúde para uma linha mais humanizada e centrada na pessoa. Mas não acredito que a DGS e o Alto Comissariado para a Saúde estejam à espera de muita participação; por um lado, porque a massa social actual é caracterizada por alguma apatia, por outro lado, porque também não colocaram a plataforma mais acessível e por outro ainda, porque não publicitaram esta possibilidade fora do Fórum.
... seria muito interessante serem surpreendidos...
Outro Portugal, vamos surpreendê-los?
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Estudo Geral
Uma outra vez, fomos visitar o Professor Agostinho da Silva a sua casa. Gentilmente recebidos, mandou-nos entrar para a sala de conversas. Uma meia dúzia de cadeiras estavam dispostas em círculo e em cima duma delas, sentado, um livro do cronista do reino, Rui de Pina, intitulado justamente Crónica de D. Dinis.
Já não nos recordamos quantas pessoas estavam presentes, mas a imagem do livrinho que acompanhou todo o encontro, e ali pousado nos olhava, não mais nos abandonou. Acabámos por adquiri-lo assim que surgiu a oportunidade.
É sabido que D. Dinis e, sobretudo, a sua esposa, Rainha Santa Isabel, têm lugar de destaque na abordagem que o Professor faz à história e à cultura portuguesa, desde logo, pela introdução no país do culto popular do Espírito Santo, feito pela princesinha de Aragão.
Mas que mais? Porque seria tão importante o reinado do Lavrador, ou do "plantador das naus a haver", como lhe chamou Fernando Pessoa na sua resumida e iniciática História de Portugal, a singela Mensagem?
Sabemos das suas significativas reformas agrícolas, onde, por exemplo, ganhou evidência a plantação do Pinhal de Leiria. Ganhámos um meio de expressão próprio com a instituição da Língua Portuguesa em substituição do galaico-português. Conseguimos prolongar a existência da Ordem do Templo (Templários), depois destes terem sido cruelmente excomungados, perseguidos e, muitos deles, assassinados, alterando-lhe o nome para Ordem de Cristo, a tal onde se desenvolveu o nobre Projecto da Expansão Ultramarina. E foi também por Ele que ganhou vida a primeira Universidade Portuguesa chamada de Estudo Geral.
Hoje os tempos são outros. Mas a pujança da Língua Portuguesa no mundo, a necessidade de bons estadistas em prole de uma organização social de excelência e a necessidade de uma sublimação espiritual constante, aconselham-nos a perscrutar os ecos da nossa história que muito bom legado nos deixou.
No Rei Poeta reconhecemos um conjunto de inovadoras medidas que nos permitiram avançar no tempo, como se houvesse tempo, construindo uma história digna de valor que, ainda hoje, pode ajudar a conduzir-nos universo fora, irmãos entre irmãos.
Fica, assim, feita justiça aquele enigmático livrinho que sentado nos olhava, como uma outra das inúmeras razões de estarmos aqui.
Bem hajam.
Luís Santos
Estudo Geral (clicar aqui)
Outro modelo de escola - Sudbury Valley Scholl
At Sudbury Valley School, students from preschool through high school age explore the world freely, at their own pace and in their own unique ways. They learn to think for themselves, and learn to use Information Age tools to unearth the knowledge they need from multiple sources. They develop the ability to make clear logical arguments, and deal with complex ethical issues. Through self-initiated activities, they pick up the basics; as they direct their lives, they take responsibility for outcomes, set priorities, allocate resources, and work with others in a vibrant community.
Trust and respect are the keys to the school’s success. Students enjoy total intellectual freedom, and unfettered interaction with other students and adults. Through being responsible for themselves and for the school’s operation, they gain the internal resources needed to lead effective lives.
Independence Involvement Learning Confidence
Link: http://www.sudval.org/
Transition movement
Etiquetas: alterações climáticas, ambiente, civilização, Ecologia, economia, economia local
Grupos de trabalho: actualização
Temos mais dois membros: Ana Nogueira (ananogueira3[at]netcabo.pt) e Marta Figueira (doulamarta[at]gmail.com), ambas inscritas no grupo da Saúde.
Grupo 1 – Comunicação
Ana Paula Germano
Ana Proença (apoio logístico a eventos) (mcunmani[at]gmail.com)
Ana Sofia Costa (asofcosta[at]sapo.pt)
Bernardo Almeida (nacibas[at]gmail.com)
Cristina Cabral (cristina-cabral2009[at]hotmail.com)
Helena Andrade (lenandrade555{at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Paulo Borges (pauloaeborges[at]gmail.com)
Sílvia Neto (sillnett[at]gmail.com)
Sofia Costa Madeira (coordenadora) (sofiacmadeira[at]gmail.com
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 2 – Reconhecimento constitucional da senciência dos animais
Ilda Castro (coordenadora) (castro.ilda[at]gmail.com)
Marlene Dias (marl.ene[at]hotmail.com)
Pedro Sena (coordenador) (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Pedro Taborda de Oliveira (plstno[at]yahoo.com)
Rui Almeida (mepc[at]sapo.pt)
Rute Pinheiro (pinheirorute[at]sapo.pt)
Vera Fonseca (vera.ff[at]gmail.com)
Grupo 3 - Economia/Energias alternativas
Carlos Ramos (coordenador) (carlos.silv.ramos[at]gmail.com)
João Alves Aguiar (joao.alves.aguiar[at]ist.utl.pt)
João Bolila (jbolila[at]gmail.com)
Rui Almeida (mepc[at]sapo.pt)
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 4 – Ecologia
Ilda Castro (castro.ilda[at]gmail.com)
Maribel Sobreira (maribel.sobreira[at]gmail.com)
Pedro Sena (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Rui Almeida (coordenador) (mepc[at]sapo.pt)
Grupo 5 - Política
Bernardo Almeida (nacibas[at]gmail.com)
Carlos Ramos (carlos.silv.ramos[at]gmail.com)
David Amaral (coordenador) (david2002[at]sapo.pt)
Ethel Feldman (ethel.feldman[at]gmail.com)
Helena Caetano (helena.caetano[at]gmail.com)
José Serrão (jadserrao[at]gmail.com)
Mário Nuno Neves (MNNCMMAIA[at]hotmail.com)
Maria de Lourdes Alvarez (maria.lourd.alvarez[at]gmail.com)
Pedro Sena (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Rita Uva (ritasuva[at]gmail.com)
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 6 - Educação e Cultura
Aldora Amaral (amaralaldora[at]gmail.com)
Cristina Castro (cristina.om.castro[at]gmail.com)
Cristina Moura
Duarte Braga (duartedbraga[at]gmail.com)
Duarte Soares (duarte.soares[at]gmail.com)
Dulce Alves (dulce.alves[at]gmail.com)
Fernanda Gil (fernanda.gil[at]gmail.com)
Fernando Emídio (fernandoemidio[at]gmail.com)
Helena Caetano (helena.caetano[at]gmail.com)
Helena Carla Gonçalo Ferreira
Henrique Areias (henriqueareias[at]hotmail.com)
Joana dos Espíritos
José Serrão (jadserrao[at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Luís Santos (lcsantos[at]netcabo.pt)
Manuel Fúria
Maribel Sobreira (maribel.sobreira[at]gmail.com)
Mário Nuno Neves (MNNCMMAIA[at]hotmail.com)
Paula Morais (paulamorais.mail[at]gmail.com)
Paulo Borges (pauloaeborges[at]gmail.com)
Paulo Feitais (coordenador) (paulofeitais[at]gmail.com)
Teresa Petrini Reis (theresapetrini[at]gmail.com)
Zé Leonel
Grupo 7 - Saúde
Ana Nogueira (ananogueira3[at]netcabo.pt)
Ana Paula Germano
Carlos Gonçalves (carloshomeopata[at]hotmail.com)
Celine Jacinto Rodrigues (celinejacinto[at]gmail.com)
Cristina Castro (cristina.om.castro[at]gmail.com)
Dulce Alves (dulce.alves[at]gmail.com)
Fernanda Vaz (sintra[at]portugraal.net)
Helena Andrade (lenandrade555[at]gmail.com)
Maria da Conceição Pinho
Marta Figueira (doulamarta[at]gmail.com)
Paulo Antunes (buenoantunes[at]gmail.com)
Paulo Ribeiro (sintra[at]portugraal.net)
Yara-Cléo Bueno (coordenadora) (yaradoulacleo[at]ymail.com)
Grupo 8 - Portugal, Lusofonia, diálogo entre culturas e religiões
Ana Filipa Teles (filipateles[at]hotmail.com)
Cristina Moura
Dirk Hennrich (Dirk.Hennrich[at]gmx.ch)
Duarte Braga (duartedbraga[at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Moysés Gurgel (moyses.gurgel[at]gmail.com)
Paula Morais (paulamorais.mail[at]gmail.com)
Paulo Borges (coordenador) (pauloaeborges[at]gmail.com)
Rui Lopo (rui.lopo[at]gmail.com)
Sérgio Mago (sergio[at]sergiomago.com)
Paulo Borges (coordenação geral) (pauloaeborges[at]gmail.com)
Nota: nos emails a @ foi substituída por [at] para evitar o spam.
A religião, o homem e o animal
"O terem sido criados à imagem e semelhança de Deus os faz comparar-se não com Ele, mas com o ser vivo que se lhes segue na escala. Não encetam por essa reflexão o caminho que lhes permitiria superar-se: dele se afastam, porque vão apenas afirmar uma superioridade própria sobre o bicho, e, indo além do que lhes ordena a necessidade histórica, se julgam no pleno direito de o escravizar e utilizar a seu belo prazer"
- Agostinho da Silva, “Semelhança de Deus”, As Aproximações [1960], in Textos e Ensaios Filosóficos II, p. 26.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Publicada por Paulo Borges à(s) 13:17 1 comentáriosEtiquetas: Agostinho da Silva, animal, homem, religião
Agostinho da Silva: da educação como "técnicas de fabricar adultos pelo assassínio das crianças"
"[referindo-se à revolução industrial inglesa] De então para diante em nada mais se mudou, na grande massa de educação, senão nas técnicas de fabricar adultos pelo assassínio das crianças; a humanidade de jeito ocidental pratica em grande escala o infanticídio de espírito, apenas o punindo quando é físico porque isso lhe rouba definitivamente a matéria prima do adulto. Aquelas crianças que várias vezes Fernando Pessoa apontou como a melhor coisa que há no mundo, aquele Menino eternamente criança e humano que era para Alberto Caeiro o Deus verdadeiro e supremo que faltava no universo, a essas diariamente as sacrificam as nossas escolas, diariamente as crucificam, diariamente as imolam nas aras da Eficiência”
– Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, p.115.
Etiquetas: adultos, Agostinho da Silva, crianças, Educação
Colóquio - "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono"
quinta-feira, 11 de março de 2010
Publicada por Serafina à(s) 22:31 0 comentáriosEtiquetas: Ecologia, economia, economia local, Energia
Convite: Uma Visão Armilar do Mundo, 3ª feira, 16, Auditório da Biblioteca Nacional de Lisboa, 18.30
Car@a Amig@s
Convido-vos para o lançamento do meu último livro, Uma Visão Armilar do Mundo. A vocação universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva (Lisboa, Verbo, 2010), que será apresentado pelo escritor e ensaísta Miguel Real.
Além de ensaios sobre o tema e os autores referidos no título, o livro inclui alguns dos textos mais interventivos que tenho ultimamente produzido, nomeadamente o Manifesto "Refundar Portugal", que deu origem ao Movimento Outro Portugal, um movimento informal de reflexão e acção cívica e cultural que visa reinventar um Portugal melhor para todos e mais conforme aos grandes desafios do século XXI: o pleno desenvolvimento humano, um novo e melhor paradigma educativo, social, económico e político, o diálogo intercultural e inter-religioso, a harmonia ecológica e o bem de todos os seres sencientes. Desde Novembro de 2009 o MOP conta com quase 1300 adesões.
Segue uma breve apresentação da obra.
Conto com a vossa presença e a extensão deste convite a todos: amigos, indiferentes e inimigos! A Vida é Festa para a qual todos são convidados.
Saudações cordiais
Paulo Borges
..........................
Este livro é uma reflexão acerca da vocação universal de Portugal, em diálogo com alguns dos seus maiores poetas, profetas e pensadores: Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva.
Este Portugal e esta vocação designam, num sentido, a predisposição para uma convivência planetária, mediadora de um novo ciclo cultural e civilizacional, sob o signo de uma globalização ético-espiritual, contrastante com a económico-tecnológica. Noutro sentido, esta visão de Portugal assume-o como símbolo do próprio homem em busca de se realizar plenamente.
A isto se chama Uma Visão Armilar do Mundo, conforme o símbolo que tremula na nossa bandeira: a perfeição, plenitude e totalidade da esfera e, nas suas armilas, a interconexão de todos os seres e coisas, tradições e culturas, artes e saberes. Muito antes de ser o emblema de D. Manuel I, é essa a maior fecundidade simbólica da Spera Mundi, Esfera e/ou Esperança do Mundo: ao invés do nacionalismo ou patriotismo comuns, a cultura portuguesa e lusófona tenderia a converter muros em pontes, fronteiras em mediações, limites em limiares, numa abertura ao planeta e ao universo, a todos os povos, nações e seres, a todas as línguas, culturas, religiões e irreligiões. Uma visão armilar do mundo é uma visão-experiência integral e holística do mundo, sem cisões, exclusões ou parcialidades.
Numa era celebrada como multicultural, mas ainda tão cega para o entre-ser universal, aqui se invoca a Esfera Armilar como actual paradigma da reinvenção de Portugal como nação de todo o mundo, que vise o melhor para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, que não separe o bem da espécie humana da preservação da natureza e do bem-estar de todas as formas de vida senciente.
Paulo Borges
umoutroportugal.blogspot.com
jornaloutro.blogspot.com
terça-feira, 9 de março de 2010
Publicada por Paulo Borges à(s) 15:04 0 comentáriosEtiquetas: Uma Visão Armilar do Mundo
Escola ainda não contactou pais do aluno que se atirou ao rio
Nem uma palavra de solidariedade. A família merecia maior respeito", lamenta Paula Nunes, tia de Leandro, que assim condena a atitude do conselho executivo da Escola Luciano Cordeiro. Desde o trágico dia que a escola mantém as actividades lectivas regulares, recusa prestar qualquer declaração pública e também não o faz em privado, à família do menino desaparecido. "A mãe foi contactada pela directora de turma, que lhe manifestou todo o apoio, mas a directora de turma não representa a direcção da escola", diz a tia do aluno de 12 anos.
Existem fortes suspeitas de que a criança era vítima de violência continuada por parte dos colegas: a avó relatou um episódio de internamento por uma agressão fora do recinto escolar praticada por alunos da mesma escola e alguns colegas testemunharam que antes de se dirigir ao rio Leandro teria sido novamente agredido.
"Foi o meu filho que o impediu de se atirar da ponte, mas não conseguiu impedir depois que entrasse na água", continua Paula Nunes. "Culpa-se, mesmo não tendo culpa, é terrível." Nenhuma das crianças que estavam com Leandro na altura do seu desaparecimento regressou ainda às aulas. "A escola também ainda não se preocupou em saber porque éw que o meu filho e os outros meninos não voltaram à escola", diz, sublinhando que todas aquelas crianças necessitam de acompanhamento psicológico para tentar "ultrapassar o episódio".
A tia, que tem acompanhado permanentemente os trabalhos de busca, também ainda não viu "no local" nenhum elemento da direcção da escola. "Têm passado por aqui alguns funcionários que gostavam do Leandro, mas não vi nunca o director nem ninguém da direcção."
Ontem, pelo sexto dia consecutivo, prosseguiram as buscas no rio, entre Mirandela e a foz do Tua, mais uma vez sem resultados. Durante uma hora, os mais de cem homens que a coordenação distrital da Protecção Civil mantém no terreno conseguiram manter o caudal do rio baixo, fechando as comportas de um açude a montante, mas nenhum rasto de Leandro foi ainda encontrado. "Os bombeiros têm sido incansáveis. Bem sabem como é importante para a família encontrar o menino, poder fazer-lhe um funeral", comenta a tia.
Ana Fragoso, Público - 08/03/2009.
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Que dizer perante esta situação?
O ‘bullying’ é um problema estrutural da escola. A forma como a escola está estruturada, como uma cadeia de montagem onde os alunos se enfileiram por classes – a ‘classificação’ escolar é a primeira forma de estratificação social, há aí um sistema perverso de distribuição de marcas de aceitação social, umas inerentes à instituição escolar, outras dependentes das relações grupais que se estabelecem entre os alunos. É uma engrenagem desumana, avessa ao despontar da individualidade expansiva.
Mas trata-se dum problema que pode ser enfrentado e combatido com eficácia. Mas a sua erradicação só será possível pela destruição da escola da era industrial. Há que repensar os espaços escolares que temos, torná-los mais pequenos, com menos pessoas, mais próximos dos limites óptimos da convivialidade: poucos alunos por turma, poucas turmas por cada ano, um leque etário muito alargado – cada escola deve ter todos os níveis de escolaridade, da pré-primária ao 12º ano.
É necessário também que se cultive a democracia directa, recuperando o sentido da ecclesia da Atenas do período áureo: todos os membros da comunidade educativa devem poder discutir em comum os problemas da escola, em assembleia, olhos nos olhos, assumindo compromissos, estabelecendo regras, construindo projectos, avaliando a execução dos projectos, elegendo representantes e responsáveis.
Se uma escola tiver uma dimensão que não permita juntar todas as pessoas num espaço de discussão, então a sua dimensão ultrapassa os limites do aceitável, há que proceder à sua divisão.
O ideal seria que as escolas nascessem da própria comunidade local. O que permite várias modalidades de organização: desde a educação doméstica, a levar a cabo pelas famílias que queiram e possam assumir este encargo, passando pelas cooperativas familiares ou comunitárias, até chegar às escolas de pendor mais institucional, próximas das que temos hoje, mas entregues às comunidades locais.
Há que devolver a escola à sociedade. Todos os cidadãos devem poder participar activamente na vida escolar, e aqui os pais devem ter um papel decisivo no que se refere à gestão da escola. Isto no pleno respeito da autoridade pedagógica dos professores. Mas há formas de organizar a vida da escola tendo como centro orgânico a vida cultural da sociedade envolvente.
Isto requer que a própria sociedade desperte para a democracia verdadeiramente participativa. O que se pode conseguir através da redefinição do conceito de autarquia local: há que devolver a soberania aos cidadãos e às comunidades de base em vez de investir todos os recursos em corpos burocratizados e partidarizados, geridos de forma ‘artificial’, ou seja, desligada da vida concreta das comunidades locais (muitas delas condenadas a uma existência vegetativa em termos de cidadania verdadeiramente democrática e culturalmente viva – basta falar das enormes urbanizações-dormitório).
A escola pode bem ser considerada um órgão de soberania, uma autarquia local. E todas as autarquias locais devem ser reconfiguradas de forma a poderem ser administradas, o mais possível, através da democracia directa. ‘O mais possível’, porque há ainda um longo caminho a percorrer para que os cidadãos se interessem de forma profunda pela sua actividade política.
Por outro lado, se não é natural que na nossa casa nos sintamos deslocados ou ‘a mais’, o mesmo deve acontecer com os nossos filhos na escola: a escola deve ser uma das nossas casas comuns, um espaço de sociabilidade franca. Os nossos filhos devem sentir-se seguros na escola e isso passa por não se verem tratados como aquilo que não são (ou para o qual não nasceram): meras bestas de aprender o que não requer verdadeira aprendizagem. Só aprende quem se prende a tudo, quem se sabe em comunhão com o universo. Só aprende quem descobre a vida compassiva, quer dizer, quem se sabe ser de partilha.
O Leandro suicidou-se por causa da escola. Foi vítima de bullying e este fenómeno é inerente à escola, não há que deturpar o seu sentido escolar. E esta não é a escola que queremos para os nossos filhos, nem a sociedade que queremos para todos nós. Por este motivo a atitude da direcção da escola do Leandro (a escola era do Leandro, como é de todos nós) não é só execrável: é um espelho da sociedade em que vivemos, uma sociedade discriminatória, cada vez mais desigual. Não restem dúvidas: se o Leandro fosse filho dum senhor juiz ou dum médico, dum engenheiro, dum professor, neste momento não estariam à procura dum cadáver nas margens do rio Tua.
Já estive em conselhos de turma em que se perguntava: ‘O João é filho de quem?’; ‘Sabem quem são os filhos de professores?’; ‘Olhem que o pai da Joana é professor catedrático!’. Os filhos dos ‘outros’ ficam na penumbra. Isto em muitos casos pesa. Os filhos de pais que não têm estatuto social muito dificilmente chegam a medicina. Pode até haver muitas excepções, mas isso não me fará abandonar esta convicção.
E se os alunos forem portadores duma deficiência desafiante (que exija muito trabalho), então a coisa pode tornar-se tétrica. Não em todas as escolas, porque há escolas muito preocupadas com estas situações. Esta situação fica a dever-se à falta de formação dos professores (que, no caso das necessidades educativas especiais é praticamente nula – há professores a trabalhar no ensino especial sem qualquer qualificação académica na área); à sobrecarga dos horários de muitos professores – se tiverem cento e muitos alunos, não conseguem prestar atenção a cada um, o que se torna mais problemático no caso dos alunos com uma grande necessidade de investimento pedagógico; mas também há quem não queria os alunos portadores de deficiência na escola dita ‘normal’ – o que contraria o ideal da escola inclusiva que é um dos sustentáculos da sociedade democrática.
O mutismo da direcção da escola de Mirandela (e de todos nós) provará que o bullying é inerente à escola, à forma como a escola está estruturada – se a escola estivesse mesmo entregue à comunidade local, a quem o seu director deveria prestar contas?
Nos últimos anos o quadro legal que suporta a gestão escolar sofreu mudanças que comprometeram o funcionamento democrático das escolas e promoveram o autoritarismo e o autismo administrativo. Hoje nada é verdadeiramente discutido dentro das escolas. Mesmo um órgão tão importante como o conselho pedagógico está completamente manietado, porque a nomeação dos seus membros depende do director.
Os Leandros não se conseguem fazer ouvir; os pais dos Leandros são tratados com sobranceria por quem se julga cultural e socialmente melhor do que eles. Só os agressores se sentem à vontade na escola. Esses vêem-se protegidos por um muro de silêncio e de indiferença.
E nós continuamos cegos, surdos e mudos. A bem da pasmaceira social. Até quando?
The Girl Effect
http://
Nada melhor do que uma coisa assim, para o dia (só este?) em que celebramos a Mulher.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Publicada por Luiz Pires dos Reys à(s) 13:28 2 comentáriosEtiquetas: girl effect, mudança, mulher, novo paradigma
O Outro Portugal na Marcha Mundial de Mulheres
Acaba de ser formalizado o pedido de inclusão do Outro Portugal na lista de entidades que irão participar na Marcha Mundial de Mulheres, que se realizará na próxima segunda feira, dia 8 de Março, às 17.30h, no Rossio (Lisboa). No entanto, está já confirmada a participação do Outro Portugal no evento, ainda que sem o nome na lista formal, quer enquanto "marchantes", quer na cobertura a nível de reportagem, através do jornal Outro.
Assim, o Outro Portugal estará ao lado do Grupo Crianças em Acção GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental http://gaia.org.pt/ Maternar http://www.maternar.pt/ Associação Doulas de Portugal http://doulasdeportugal.blogspot.com/ e HumPar http://www.humpar.%20org/ , para transportar a faixa, cedida pela GAIA, intitulada: "Por um Nascimento Carinhoso e Respeitado". Se puderem ir, mulheres do Outro Portugal (marcha) e homens também (cobertura do evento), não faltem; quantos mais formos, melhor!
Lembro que é pedido aos participantes que irão seguir esta faixa, que levem um porta-bebés (sling, pano, manduca...) com o vosso bebé ou um boneco, para ser mais fácil o agrupamento.
A despedida de Raimon Pannikar
Transcrevo, com funda comoção, a carta-circular que recebi de Raimon Pannikar, datada de 28 de Janeiro deste ano. Constato que o adiamento da entrevista que tive com ele marcada para 14 de Janeiro, na sua minúscula aldeia catalã de Tavertet, devido ao seu cansaço, foi a frustração do desejo que acalentava há muito e da derradeira oportunidade de conhecer pessoalmente este que é, aos 91 anos, um dos maiores pensadores vivos do planeta e um gigante do diálogo intercultural e inter-religioso, com uma obra monumental. Constato também, com a mesma comoção, que o texto, inédito em Portugal, que ainda teve a bondade de enviar para o primeiro número da revista Cultura ENTRE Culturas, foi provavelmente o seu último acto de intervenção pública. Interpreto isto como um sinal e um legado. Possa a revista doravante assumir a responsabilidade de continuar a sua tarefa em prol de uma interculturalidade autêntica, pacífica e fraterna: a mesma tarefa entre nós assumida por Agostinho da Silva. E possamos nós estar e continuar a seu lado, como ele a nosso lado está e continuará: "no silêncio e na oração".
.....
Queridos Amigos:
Quisiera comunicaros que creo que ha llegado el momento (aplazado varias veces) de retirarme de toda actividad pública, sea con una participación directa o con una participación intelectual, a las que he dedicado toda mi vida como forma de compartir mis reflexiones.
Continuaré a vuestro lado de un modo mas profundo, es decir, en el silencio y en la oración, y del mismo modo os pido de estar a mi lado en este último período de mi existencia.
Me habéis oído decir a menudo que la persona es un nudo en una red de relaciones. Al despedirme de vosotros os quiero agradecer sinceramente de haberme enriquecido con la relación que he tenido con cada uno de vosotros.
Estoy agradecido tambiém a todos aquellos que, de una manera personal o asociada, seguirán actuando, incluso sin mi, por la difusión de mi pensamiento y compartiendo mis ideales.
Doy gracias también por el don de la vida, que sólo es tal cuando se vive en comunión: es con este espíritu que he vivido también mi sacerdocio.
Raimon Pannikar
(Tavertet - Catalunya)
Publicado em:
arevistaentre.blogspot.com
Marcha Mundial de Mulheres, contra a Violência e a Pobreza
No próximo dia 8 de Março (segunda feira) comemora-se o Dia Internacional da Mulher que é habitualmente marcado por uma série de iniciativas, algumas delas de âmbito regional, outras nacional e outras ainda de âmbito internacional. Neste contexto, constituiu-se em 1998 a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), uma rede feminista internacional com o objectivo de unir as mulheres do mundo em acções de luta contra a violência e a pobreza.
Depois do sucesso desta iniciativa em anos anteriores, 2010 será um ano repleto de variadas acções que se prolongarão até ao dia 17 de Outubro, desta vez centradas nos temas mais pertinentes e actuais: Bem Comum, Paz e Desmilitarização, Trabalho das Mulheres e Violência Contra as Mulheres. O primeiro evento está desde já marcado para o próprio dia 8 de Março às 17h30 no Rossio onde se concentrarão centenas de Mulheres que irão marchar pelas causas que as movem.
Diversas organizações (Grupo Crianças em Acção GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental http://gaia.org.pt/ Maternar http://www.maternar.pt/ Associação Doulas de Portugal http://doulasdeportugal.blogspot.com/ HumPar http://www.humpar.%20org/ ) irão se unir para transportar a faixa, cedida pela GAIA, intitulada:
"Por um Nascimento Carinhoso e Respeitado"
... porque a Paz começa no nascimento e "para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" (Michel Odent), este será um momento importante para a sensibilização da população em geral e das próprias mulheres que irão participar no evento para a necessidade de se lutar por um parto e um nascimento mais carinhoso e respeitado.
É pedido às mulheres que queiram ajudar a carregar esta faixa, que levem vestido um porta-bebés (sling, pano, manduca, etc) com o seu bebé ou com um boneco, para que seja mais fácil o agrupamento.
O verdadeiro professor, segundo Agostinho da Silva
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor – eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo.
Para que me fique inteira esta figura do professor hei-de juntar-lhe uma curiosidade universal, uma helénica elasticidade e juventude espiritual: não o quero especialista, porque a sua missão não está em transmitir uma ciência; […] Há-de pois ter o espírito aberto a todas as correntes, nau pronta a sulcar todos os mares; mais do que a ninguém compete-lhe ter uma ideia do mundo tão perfeita quanto possível; como o havemos de imaginar completamente ignorante neste ou naquele domínio ? Esta exigência lhe assegura uma vida de trabalho, horas todas ocupadas e férteis e contínuos projectos; por consequência a mocidade, o entusiasmo e a alegria que requer a missão pedagógica
- Agostinho da Silva, “Projecto de um mestre”, Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, pp. 104-105.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Publicada por Paulo Borges à(s) 13:50 1 comentáriosEtiquetas: Agostinho da Silva, professor
Poder e poder
Uns estão no poder; outros desejam lá estar; uns querem destruir todo o poder; outros desejam dele libertar-se; uns são-lhe indiferentes; outros pretendem havê-lo superado: todos são impotentes e a todos o poder subjuga, porque vêem fora o Poder que no íntimo somos.
MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA – 2ª Versão
Para o enobrecimento dos Espíritos PUROS
Por: Isabel Rosete
Francis Bacon, Study for the Head of a Screaming Pope, 1952
Não sei mais amar o próximo
Como a mim mesma!
A futilidade é
Claustrofóbica!
A mesquinhez é
Indigna!
E a (dita) … normalidade?
Ah, a normalidade!
A grande farsa
Dos Cobardes e dos Hipócritas,
Dos que blasfemam
No mais sórdido silêncio
Encobertos por opacos véus!
Ah, a normalidade!
A grande farsa
Dos que escondem o rosto próprio
E todas as suas faces
Por medo, por desvario, por ignorância,
Por dissimulação, por sonsice...
Pelo temor das vozes dos outros…
Que não apoiam qualquer acto
De presentificação do ser si-mesmo!
Malditos!
Eternamente vos amaldiçoo!
O fogo do Inferno vos desejo
Com todas as forças
Que ainda me restam,
Até ao meu último fôlego sentido!
Odeio-vos,
Vermes com rosto de gente,
Que até os animais (mais) selvagens desprezam
Como carne putrefacta
Que nem os abutres ousam devorar,
Apesar de famintos!
Tenho nojo de vós,
Asquerosos Cobardes e Hipócritas,
Nem em aparência respeitáveis!
Sois pura afiguração,
Meros pedaços,
Dispersos,
Do ignóbil Nada que vos consome!
Sois,
Malditos Cobardes e Hipócritas,
A praga que a Medicina ainda não aniquilou!
Sois,
Malditos Cobardes e Hipócritas,
Uma espécie exaquerável
De qualquer coisa insignificante,
Sem nome próprio!
Podres estão os vossos corpos
E as vossas almas!
Mas…, que corpos?
Mas…, que almas?
Alma, não tendes!
Nem corpo,
Nem matéria,
Nem forma,
Nem nada que possamos
Identificar com coisa alguma
Que se possa descrever ou mencionar,
Com propriedade!
Sois,
Cobardes e Hipócritas,
De tal modo In-identificáveis
No vosso parecer-ser miserável,
Que todos os adjectivos depreciativos
Se esgotam em todas as línguas
E em todas as linguagens
Para vos classificar!
Porque não morreis,
De uma vez só,
Cobardes e Hipócritas,
Se sois a verdadeira e pura escumalha,
A negra mancha da escassa dignidade
Que ainda nos resta,
A nós,
Que existimos de viso des-coberto,
Aberto…, nos múltiplos e extensos espaços
Da autenticidade do Ser
E do Estar, que vós,
Não conheceis jamais?
Excluo-vos,
Indigentes cobardes
E
Hipócritas,
Do meu pequeno-grande mundo
Mais-que-perfeito.
Se quiserem,
Se ousarem querer,
Alguma vez,
Pelo menos uma vez,
Por entre alguns parcos momentos
De uma eventual lucidez remota
Que ainda possa surgir
Nos vossos espíritos quadrados encurralados,
Digam que sou ARROGANTE,
Vá, digam, se sois capazes!
Mas digam-no em VOZ BEM ALTA,
Miseráveis Cobardes e Hipócrates!
Eu,
Apenas afirmo:
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA,
Meus queridos!
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA,
Repito,
Agora a sempre…
Para sempre…
Neste e em todos os meus manifestos
Contra a COBARDIA e a HIPOCRISIA!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que me corre nas veias!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que move as minhas sinapses neuronais!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que alimenta a minha Alma!
E tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que me fustiga o Espírito!
O que quereis mais,
Gente medonha e estúpida?
Se não tendes mais nada para dizer,
Se não sois mais capazes de engolir,
A frio,
A vossa Cobardia e Hipocrisia,
CALAI-VOS, PARA SEMPRE!
Isabel Rosete
30/04/2008
04/03/2010
Um pequeno grupo de pessoas motivadas e comprometidas...
"Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas motivadas e comprometidas possa mudar o mundo. Na verdade é a única coisa que o faz."
Margaret Mead (antropóloga americana, 1901 - 1978)
quarta-feira, 3 de março de 2010
Publicada por Serafina à(s) 21:21 1 comentáriosEtiquetas: Movimento Outro Portugal, Outro Portugal
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Lástimas para quê?
É claro! Lastimando-nos ou não, a Vida continua do mesmo modo no seu curso natural, num misto de determinismo e de liberdade.
Ninguém é auto-suficiente! Nada é, apenas, por si só! Há sempre um outro, muitos outros... na mesma lástima (ou pior!) do que a nossa.
Caetano Veloso diz: "Navegar é preciso, viver não é preciso!" Parafraseando-o para este contexto, afirmo:" lamentar não é preciso; agir é preciso!”
Chega de discursos de mágoas apelando para a “solidariedadezinha”, para a “caridadezinha”! Chega de discursos ditos politicamente correctos, por detrás dos quais reina a hipocrisia e o mero oportunismo, mesmo perante as irremediáveis e incontornáveis catástrofes naturais!
Sinceramente estou farta de “bodes expiatórios” e de “muros de lamentações”; das farsas de uma humanidade ludibriada e de rosto encoberto; de mãos que não agem; de braços cruzados, que para nada de mexem, de diálogos que são monólogos vazios; de politiquices, de tachismos, de compadrios!
Ainda não perceberam que somos completamente inúteis se não colocarmos em acção os nossos pensamentos autênticos e necessários, e as palavras que os dizem? Claro que perceberam, mas não vos convém! É mais comodo assistir, de camarote, como meros observadores passivos, pensando que há sempre alguém que se mova por nós!
Desculpem, meus senhores e minhas senhoras, mas a esta onda não me agita! Só as ondas alterosas dos mares vigorosos por onde, outrora, navegaram os grandes, os verdadeiros heróis deste País, que fizeram História, pela sua bravura, coragem, ambição, sentido real de Pátria, conscientes dos reais problemas nacionais que pretendiam, de facto, resolver (e resolveram, e para isso se moveram!), quais almas nobres de punho forte que assim foram conduzidos, apesar de todos os obstáculos e intempéries desse mar imenso, com mostrengos e algumas sereias, a construir um Império, onde se fundamentou e estruturou a dignidade do Povo português, hoje, sem norte, decaído, num caos económico, também intelectual e moral de um povo sem crédito.
Podem dizer que sou lunática, saudosista, arrogante, exacerbadamente patriota… ou seja lá o que for! Porém, ergo a minha consciência e a minha voz sempre e onde for necessário, e de rosto aberto; também movo as minhas mãos para todas as acções que tiver de realizar em nome de um Portugal completamente renovado, quer dizer: de um Portugal sem corrupção, sem mentiras, sem escutas escusas, sem comportamentos por debaixo do pano, sem pressões absurdas sobre o que é pensado e escrito, porque a Verdade não querem que aflore.
Isabel Rosete
02/03/2010
Participando… a Escola Aberta Agostinho da Silva, em Alhos Vedros
Mensagem do membro Luís Santos da Escola Agostinho da Silva:
Na sequência da apresentação pelo Professor Paulo Borges do Manifesto "Refundar Portugal", na Escola Aberta Agostinho da Silva (Casa Amarela), Alhos Vedros, agendámos por aqui uma conversa para trocarmos ideias sobre o movimento cívico “Outro Portugal”, no primeiro Domingo de Março.
Entretanto, avançámos com a criação de um Blogue/Revista (mais um!), de seu nome “Estudo Geral”, que para lá da sua exposição diária tentará ter uma divulgação mensal... Será um possível espaço de encontro para as nossas criatividades, num espírito que se pretende plural, na política, nas religiões, nas idades, sendo que a "Revista" e a participação na "Revista" serão autónomas de tudo o resto.
Aqui fica o convite para que adiram e participem. Pensamos que a palavra é essa: participação.
Num momento em que o mundo renova os seus equilíbrios, a que o país e a região não passarão incólumes, e grandes transformações sociais (e naturais) vão ocorrendo, podemos fazer alguma coisa mais, por pequena que seja, do que assobiar para o lado.
Chegou o momento de nos chegarmos mais à frente (que é simultaneamente mais atrás), ajudando a uma maior participação nesta muito incerta democracia representativa, promovendo uma cidadania activa, onde a voz dos movimentos cívicos ganhe uma importância acrescida.
Luís Santos
lcrsantos@gmail.com
segunda-feira, 1 de março de 2010
Publicada por Serafina à(s) 22:03 1 comentáriosEtiquetas: Movimento Outro Portugal
Tragédia na Madeira - Um desastre já anunciado há dois anos atrás
Porque sonho com um Outro Portugal onde os desastres se previnem.
Etiquetas: água, ambientalismo, ambiente, cheias, desastre, Desenvolvimento Sustentável, força da natureza, Madeira, ordenamento do território, planeamento urbano, prevenção
Ciência e Amor
Ao afirmar que toda a ação humana depende de uma emoção para se constituir,
Maturana afirma que o social surge de uma emoção específica que é o amor. Entretanto, amor e emoção, para este pensador, não expressam o mesmo que sentimentos, como comumente são conotados. Sentimentos para ele são as maneiras como costumamos designar diferentes emoções, assim, dizemos que estamos com sentimentos de raiva, tristeza, alegria, e outros. O amor, para ele, não especifica nenhum tipo de valor a ser cultuado, nem fala em amor como um preceito cristão ou religioso. A importância da emoção que ele denomina de amor, como aquela emoção que acontece na aceitação mútua, é que esta emoção é a que fundamenta o social. Para ele, somente o amor como a emoção de aceitação do outro como legítimo outro
na relação pode estabelecer o social. Ao expor seus argumentos, especialmente sobre os fundamentos do humano, Maturana sempre envolve o amor e a cooperação como condições constituintes da nossa espécie como espécie biológica. "
Artigo completo em: http://www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e4.pdf
Humberto Maturana: Prêmio Nacional de Ciência no Chile e co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.
Entrevista a Augusto Curry
http://revista.consumer.es/web/es/20091101/entrevista/75246.php
Arqueologia da Psique - Museu de Imagens do Inconsciente
"Nise da Silveira iniciou um trabalho revolucionário a partir de seu inconformismo com as práticas psiquiátricas utilizadas na década de 40, tais como eletrochoque, insulinoterapia, lobotomia, confinamento. Criando a Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Pedro II (Rio de janeiro), busca fundamentar cientificamente esta terapêutica, conduzindo-a não como mera ocupação ou utilização de mão-de-obra nos serviços hospitalares, como era uso na época, mas procurando beneficiar os indivíduos ali internados com atividades que lhes possibilitassem um meio de expressão e de resgate de sua individualidade.
Através desse método, os resultados não demoraram a aparecer: as melhoras clínicas se acentuavam e, dentre as atividades oferecidas, pintura e modelagem se destacaram, gerando uma grande produção, que ela logo percebeu ser um meio de acesso ao enigmático mundo interno do esquizofrênico. Surgem imagens inusitadas, temas e símbolos recorrentes que a intrigam. Reunindo essas obras com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas sobre seus significados, funda então, em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente.
Observava que muitas dessas imagens configuravam formas circulares ou próximas do círculo - símbolos de unidade e ordenação - extremamente semelhantes a imagens utilizadas para meditação ou representação da divindade em religiões orientais (mandalas).
Como pessoas que perderam a unidade do pensamento, instância máxima da consciência, poderiam produzir em grande quantidade os símbolos de unidade? E por quê?
Pesquisadora incansável, resolveu então escrever uma carta ao professor Jung, juntando imagens produzidas por diferentes autores. A resposta de Jung não tardou: eram mesmo mandalas e correspondiam ao potencial autocurativo da psique, em oposição à dissociação, ao estado de confusão psíquica do ser, uma manifestação do inconsciente para compensar a situação caótica vivida por esses indivíduos.
Deste primeiro contato originou-se um relacionamento que não viria a introduzir a psicologia junguiana no Brasil, mas constituir-se-ia também numa nova abertura para melhor compreensão da psicose e dos conteúdos que daí emergem. Confirmava-se, então, que as atividades expressivas, além de possuírem validade terapêutica, eram também excelente meio para o conhecimento dos processos que se desenrolam na obscuridade do inconsciente."
Clicar nos quadros do fundo da página http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/expos/arqueologia/arqueologia.html## para ver um estudo comparativo entre os quadros pintados por indivíduos com esquizofrenia e os arquétipos universais.
NOTA: O Museu de Imagens do Inconsciente teve origem nos ateliês de pintura e de modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional, organizada por Nise da Silveira em 1946, no Centro Psiquiátrico Pedro II. Aconteceu que a produção desses ateliês foi tão abundante e revelou-se de tão grande interesse científico e utilidade no tratamento psiquiátrico que pintura e modelagem assumiram posição peculiar.
Daí nasceu a idéia de organizar-se um Museu que reunisse as obras criadas nesses setores de atividade, a fim de oferecer ao pesquisador condições para o estudo de imagens e símbolos e para o acompanhamento da evolução de casos clínicos através da produção plástica espontânea. Em 20 de maio de 1952 foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, numa pequena sala. Em 28 de setembro de 1956 passou a ocupar mais amplas instalações inauguradas com a presença dos ilustres psiquiatras Henry Ey, Paris; Lopez Íbor, Madrid; e Ramom Sarró (Barcelona) que se encontravam no Rio a convite da Universidade do Brasil. Já naquela data, segundo o professor Lopez Íbor, o Museu de Imagens do Inconsciente “reunia uma coleção artística psicopatológica única no mundo”.
Novos Cursos na Associação Agostinho da Silva
Humanização do Plano Nacional de Saúde 2011-2016
O encontro foi brindado com a participação da representante da Europa na Organização Mundial de Saúde (OMS), que não deixou passar a oportunidade para sublinhar a importância do desenvolvimento de acções e práticas baseadas em evidencia científica, apelando para uma mais estreita e cooperante ligação entre a comunidade médica e a comunidade científica.
Relativamente à avaliação do actual PNS, de acordo com a classificação atribuída pela OMS, o Plano de Saúde Português foi classificado em 12º lugar a nível mundial, o que é considerado um boa classificação. Esta classificação, conseguida através dos registos estatísticos de diminuição da gravidez adolescente, aumento do consumo de medicamentos genéricos, aumento da esperança de vida à nascença, baixo nível de mortalidade infantil, diminuição do número de mortes nas estradas, assim como a referencia da OMS de Portugal ter optado por um adequado acompanhamento da saúde infantil e escolar, foi no entanto abordada pelo Dr. Jorge Sampaio como uma conquista que não deve nem pode ser limitadora da acção futura, no sentido de que cada vez mais o PNS esteja mais próximo das necessidades da população e por isso mesmo, seja cada vez melhor.
Como aspectos negativos na avaliação do mesmo PNS, foram notados um aumento dos partos prematuros, um aumento dos nascimentos de termo com baixo peso (relacionado com um aumento do tabagismo, activo ou passivo, no grupo de grávidas), um aumento do número de cesarianas, uma ainda insuficiente saúde mental e um aumento do consumo de antidepressivos e ansioliticos... bem, na realidade, este último indicador foi considerado por Margarida Pinto Correia como bom (?!); mas penso que deve ter sido engano.
Nada foi referido relativamente ao atendimento da mulher durante o parto (poderiam ter referido o projecto Cegonha da Maternidade Alfredo da Costa, por exemplo, que pretende apostar numa abordagem mais natural, humana e fisiológica do parto, de acordo com as tão importantes evidencias científicas que a OMS preconiza), nem à amamentação, nem à forma como se acompanha a morte em Portugal. Este silêncio parece sugerir ou que está tudo bem nestas áreas, ou que estes são assuntos de menor importância ou que, o que é mais provavel, são assuntos de que ninguém gosta de falar. Para mim, este silêncio é sintomático de uma grave patologia social que é urgente ser cuidada.
Em relação aos muitos e bons trabalhos que têm vindo a ser "patrocinados" pela Direcção Geral de Saúde (DGS) em projectos implementados por diversas Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS), não há novidades. Como alguém na assistência referiu, os temas alvo de serem subsidiados continuam a ser os mesmos de sempre: toxicodependencia, obesidade, HIV e pouco mais. Não que não continue a ser importante trabalhar nestas áreas, apenas seria interessante alargar o leque a tantas outras importantes vertentes da saúde, que têm sido trabalhadas por IPSS e outras organizações, sem qualquer apoio financeiro, o que muitas vezes dificulta o trabalho e a possibilidade do mesmo ser mais abrangente. É que subsidiar instituições que resolvem, muitas vezes, questões de saúde, não é caridade! Sem o trabalho destas organizações não especializadas em saúde, o Sistema Nacional de Saúde certamente não teria capacidade para responder às diversas solicitações e também a classificação da Saúde Portuguesa não teria sido tão satisfatória; isto foi reconhecido pela própria mesa de palestrantes durante o Fórum.
De entre os projectos salientam-se os relacionados com a Saúde Oral, embora não seja esta a única especialidade de que carece o nosso Sistema Nacional de Saúde.
Uma forte componente Comunitária e de Cidadania existiu nos debates relacionados com os objectivos para o próximo PNS. Foi abordada a necessidade de ouvir o cidadão e o utente, respeitando as suas decisões em relação à sua vida e sua saúde, incluindo-o como principal agente no processo de cura ou manutenção da saúde. Foi referido que é urgente empoderar a pessoa, doente ou não, para que passe a ser mais responsável pelas suas decisões e comportamentos. Foi sublinhado que mais importante que actuar na cura é actuar na prevenção, no sentido de possibilitar aos cidadãos a opção por estilos de vida mais saudáveis.
Neste contexto e também porque o grande mote da OMS é o de aumentar a proximidade dos Orgãos de Saúde dos países aos seus cidadãos, o PNS 2011-2016 promete ser revolucionário no que diz respeito à humanização do Plano em si. Para este objectivo ser alcançado, foi construída uma plataforma interactiva no site do Plano Nacional de Saúde 2011-2016 (http://www.acs.min-saude.pt/pns2011-2016/), a qual foi activada no dia 8/03/2010.
Tendo eu já experimentado usar a plataforma, devo referir que não está propriamente acessível. Quem quiser usar, tem de saber que ela existe e tem de procurar um pouco até encontrar: entrando no site terão de clicar em Por uma Participação Consequente e aí entrar em Plataforma Saúde em Diálogo... estou a aguardar a resposta a uma pergunta que enviei, relacionada com a forma de utilizar a plataforma; sugeri ainda que a colocassem de forma mais visível.
Penso que já não é nada mau existir uma intenção de se mudar a abordagem da saúde para uma linha mais humanizada e centrada na pessoa. Mas não acredito que a DGS e o Alto Comissariado para a Saúde estejam à espera de muita participação; por um lado, porque a massa social actual é caracterizada por alguma apatia, por outro lado, porque também não colocaram a plataforma mais acessível e por outro ainda, porque não publicitaram esta possibilidade fora do Fórum.
... seria muito interessante serem surpreendidos...
Outro Portugal, vamos surpreendê-los?
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Estudo Geral
Já não nos recordamos quantas pessoas estavam presentes, mas a imagem do livrinho que acompanhou todo o encontro, e ali pousado nos olhava, não mais nos abandonou. Acabámos por adquiri-lo assim que surgiu a oportunidade.
É sabido que D. Dinis e, sobretudo, a sua esposa, Rainha Santa Isabel, têm lugar de destaque na abordagem que o Professor faz à história e à cultura portuguesa, desde logo, pela introdução no país do culto popular do Espírito Santo, feito pela princesinha de Aragão.
Mas que mais? Porque seria tão importante o reinado do Lavrador, ou do "plantador das naus a haver", como lhe chamou Fernando Pessoa na sua resumida e iniciática História de Portugal, a singela Mensagem?
Sabemos das suas significativas reformas agrícolas, onde, por exemplo, ganhou evidência a plantação do Pinhal de Leiria. Ganhámos um meio de expressão próprio com a instituição da Língua Portuguesa em substituição do galaico-português. Conseguimos prolongar a existência da Ordem do Templo (Templários), depois destes terem sido cruelmente excomungados, perseguidos e, muitos deles, assassinados, alterando-lhe o nome para Ordem de Cristo, a tal onde se desenvolveu o nobre Projecto da Expansão Ultramarina. E foi também por Ele que ganhou vida a primeira Universidade Portuguesa chamada de Estudo Geral.
Hoje os tempos são outros. Mas a pujança da Língua Portuguesa no mundo, a necessidade de bons estadistas em prole de uma organização social de excelência e a necessidade de uma sublimação espiritual constante, aconselham-nos a perscrutar os ecos da nossa história que muito bom legado nos deixou.
No Rei Poeta reconhecemos um conjunto de inovadoras medidas que nos permitiram avançar no tempo, como se houvesse tempo, construindo uma história digna de valor que, ainda hoje, pode ajudar a conduzir-nos universo fora, irmãos entre irmãos.
Fica, assim, feita justiça aquele enigmático livrinho que sentado nos olhava, como uma outra das inúmeras razões de estarmos aqui.
Bem hajam.
Luís Santos
Estudo Geral (clicar aqui)
Outro modelo de escola - Sudbury Valley Scholl
Trust and respect are the keys to the school’s success. Students enjoy total intellectual freedom, and unfettered interaction with other students and adults. Through being responsible for themselves and for the school’s operation, they gain the internal resources needed to lead effective lives.
Independence Involvement Learning Confidence
Link: http://www.sudval.org/
Inteligência Espiritual
Transition movement
Grupos de trabalho: actualização
Grupo 1 – Comunicação
Ana Paula Germano
Ana Proença (apoio logístico a eventos) (mcunmani[at]gmail.com)
Ana Sofia Costa (asofcosta[at]sapo.pt)
Bernardo Almeida (nacibas[at]gmail.com)
Cristina Cabral (cristina-cabral2009[at]hotmail.com)
Helena Andrade (lenandrade555{at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Paulo Borges (pauloaeborges[at]gmail.com)
Sílvia Neto (sillnett[at]gmail.com)
Sofia Costa Madeira (coordenadora) (sofiacmadeira[at]gmail.com
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 2 – Reconhecimento constitucional da senciência dos animais
Ilda Castro (coordenadora) (castro.ilda[at]gmail.com)
Marlene Dias (marl.ene[at]hotmail.com)
Pedro Sena (coordenador) (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Pedro Taborda de Oliveira (plstno[at]yahoo.com)
Rui Almeida (mepc[at]sapo.pt)
Rute Pinheiro (pinheirorute[at]sapo.pt)
Vera Fonseca (vera.ff[at]gmail.com)
Grupo 3 - Economia/Energias alternativas
Carlos Ramos (coordenador) (carlos.silv.ramos[at]gmail.com)
João Alves Aguiar (joao.alves.aguiar[at]ist.utl.pt)
João Bolila (jbolila[at]gmail.com)
Rui Almeida (mepc[at]sapo.pt)
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 4 – Ecologia
Ilda Castro (castro.ilda[at]gmail.com)
Maribel Sobreira (maribel.sobreira[at]gmail.com)
Pedro Sena (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Rui Almeida (coordenador) (mepc[at]sapo.pt)
Grupo 5 - Política
Bernardo Almeida (nacibas[at]gmail.com)
Carlos Ramos (carlos.silv.ramos[at]gmail.com)
David Amaral (coordenador) (david2002[at]sapo.pt)
Ethel Feldman (ethel.feldman[at]gmail.com)
Helena Caetano (helena.caetano[at]gmail.com)
José Serrão (jadserrao[at]gmail.com)
Mário Nuno Neves (MNNCMMAIA[at]hotmail.com)
Maria de Lourdes Alvarez (maria.lourd.alvarez[at]gmail.com)
Pedro Sena (pedrosena[at]partidopelosanimais.com)
Rita Uva (ritasuva[at]gmail.com)
Tiago Lucena (tiagolucena[at]gmail.com)
Grupo 6 - Educação e Cultura
Aldora Amaral (amaralaldora[at]gmail.com)
Cristina Castro (cristina.om.castro[at]gmail.com)
Cristina Moura
Duarte Braga (duartedbraga[at]gmail.com)
Duarte Soares (duarte.soares[at]gmail.com)
Dulce Alves (dulce.alves[at]gmail.com)
Fernanda Gil (fernanda.gil[at]gmail.com)
Fernando Emídio (fernandoemidio[at]gmail.com)
Helena Caetano (helena.caetano[at]gmail.com)
Helena Carla Gonçalo Ferreira
Henrique Areias (henriqueareias[at]hotmail.com)
Joana dos Espíritos
José Serrão (jadserrao[at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Luís Santos (lcsantos[at]netcabo.pt)
Manuel Fúria
Maribel Sobreira (maribel.sobreira[at]gmail.com)
Mário Nuno Neves (MNNCMMAIA[at]hotmail.com)
Paula Morais (paulamorais.mail[at]gmail.com)
Paulo Borges (pauloaeborges[at]gmail.com)
Paulo Feitais (coordenador) (paulofeitais[at]gmail.com)
Teresa Petrini Reis (theresapetrini[at]gmail.com)
Zé Leonel
Grupo 7 - Saúde
Ana Nogueira (ananogueira3[at]netcabo.pt)
Ana Paula Germano
Carlos Gonçalves (carloshomeopata[at]hotmail.com)
Celine Jacinto Rodrigues (celinejacinto[at]gmail.com)
Cristina Castro (cristina.om.castro[at]gmail.com)
Dulce Alves (dulce.alves[at]gmail.com)
Fernanda Vaz (sintra[at]portugraal.net)
Helena Andrade (lenandrade555[at]gmail.com)
Maria da Conceição Pinho
Marta Figueira (doulamarta[at]gmail.com)
Paulo Antunes (buenoantunes[at]gmail.com)
Paulo Ribeiro (sintra[at]portugraal.net)
Yara-Cléo Bueno (coordenadora) (yaradoulacleo[at]ymail.com)
Grupo 8 - Portugal, Lusofonia, diálogo entre culturas e religiões
Ana Filipa Teles (filipateles[at]hotmail.com)
Cristina Moura
Dirk Hennrich (Dirk.Hennrich[at]gmx.ch)
Duarte Braga (duartedbraga[at]gmail.com)
Luís Resina (luisresina[at]meo.pt)
Moysés Gurgel (moyses.gurgel[at]gmail.com)
Paula Morais (paulamorais.mail[at]gmail.com)
Paulo Borges (coordenador) (pauloaeborges[at]gmail.com)
Rui Lopo (rui.lopo[at]gmail.com)
Sérgio Mago (sergio[at]sergiomago.com)
Paulo Borges (coordenação geral) (pauloaeborges[at]gmail.com)
Nota: nos emails a @ foi substituída por [at] para evitar o spam.
A religião, o homem e o animal
- Agostinho da Silva, “Semelhança de Deus”, As Aproximações [1960], in Textos e Ensaios Filosóficos II, p. 26.
Agostinho da Silva: da educação como "técnicas de fabricar adultos pelo assassínio das crianças"
– Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, p.115.
Colóquio - "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono"
Convite: Uma Visão Armilar do Mundo, 3ª feira, 16, Auditório da Biblioteca Nacional de Lisboa, 18.30
Car@a Amig@s
Convido-vos para o lançamento do meu último livro, Uma Visão Armilar do Mundo. A vocação universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva (Lisboa, Verbo, 2010), que será apresentado pelo escritor e ensaísta Miguel Real.
Além de ensaios sobre o tema e os autores referidos no título, o livro inclui alguns dos textos mais interventivos que tenho ultimamente produzido, nomeadamente o Manifesto "Refundar Portugal", que deu origem ao Movimento Outro Portugal, um movimento informal de reflexão e acção cívica e cultural que visa reinventar um Portugal melhor para todos e mais conforme aos grandes desafios do século XXI: o pleno desenvolvimento humano, um novo e melhor paradigma educativo, social, económico e político, o diálogo intercultural e inter-religioso, a harmonia ecológica e o bem de todos os seres sencientes. Desde Novembro de 2009 o MOP conta com quase 1300 adesões.
Segue uma breve apresentação da obra.
Conto com a vossa presença e a extensão deste convite a todos: amigos, indiferentes e inimigos! A Vida é Festa para a qual todos são convidados.
Saudações cordiais
Paulo Borges
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Este livro é uma reflexão acerca da vocação universal de Portugal, em diálogo com alguns dos seus maiores poetas, profetas e pensadores: Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva.
Este Portugal e esta vocação designam, num sentido, a predisposição para uma convivência planetária, mediadora de um novo ciclo cultural e civilizacional, sob o signo de uma globalização ético-espiritual, contrastante com a económico-tecnológica. Noutro sentido, esta visão de Portugal assume-o como símbolo do próprio homem em busca de se realizar plenamente.
A isto se chama Uma Visão Armilar do Mundo, conforme o símbolo que tremula na nossa bandeira: a perfeição, plenitude e totalidade da esfera e, nas suas armilas, a interconexão de todos os seres e coisas, tradições e culturas, artes e saberes. Muito antes de ser o emblema de D. Manuel I, é essa a maior fecundidade simbólica da Spera Mundi, Esfera e/ou Esperança do Mundo: ao invés do nacionalismo ou patriotismo comuns, a cultura portuguesa e lusófona tenderia a converter muros em pontes, fronteiras em mediações, limites em limiares, numa abertura ao planeta e ao universo, a todos os povos, nações e seres, a todas as línguas, culturas, religiões e irreligiões. Uma visão armilar do mundo é uma visão-experiência integral e holística do mundo, sem cisões, exclusões ou parcialidades.
Numa era celebrada como multicultural, mas ainda tão cega para o entre-ser universal, aqui se invoca a Esfera Armilar como actual paradigma da reinvenção de Portugal como nação de todo o mundo, que vise o melhor para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, que não separe o bem da espécie humana da preservação da natureza e do bem-estar de todas as formas de vida senciente.
Paulo Borges
umoutroportugal.blogspot.com
jornaloutro.blogspot.com
Escola ainda não contactou pais do aluno que se atirou ao rio
Nem uma palavra de solidariedade. A família merecia maior respeito", lamenta Paula Nunes, tia de Leandro, que assim condena a atitude do conselho executivo da Escola Luciano Cordeiro. Desde o trágico dia que a escola mantém as actividades lectivas regulares, recusa prestar qualquer declaração pública e também não o faz em privado, à família do menino desaparecido. "A mãe foi contactada pela directora de turma, que lhe manifestou todo o apoio, mas a directora de turma não representa a direcção da escola", diz a tia do aluno de 12 anos.
Existem fortes suspeitas de que a criança era vítima de violência continuada por parte dos colegas: a avó relatou um episódio de internamento por uma agressão fora do recinto escolar praticada por alunos da mesma escola e alguns colegas testemunharam que antes de se dirigir ao rio Leandro teria sido novamente agredido.
"Foi o meu filho que o impediu de se atirar da ponte, mas não conseguiu impedir depois que entrasse na água", continua Paula Nunes. "Culpa-se, mesmo não tendo culpa, é terrível." Nenhuma das crianças que estavam com Leandro na altura do seu desaparecimento regressou ainda às aulas. "A escola também ainda não se preocupou em saber porque éw que o meu filho e os outros meninos não voltaram à escola", diz, sublinhando que todas aquelas crianças necessitam de acompanhamento psicológico para tentar "ultrapassar o episódio".
A tia, que tem acompanhado permanentemente os trabalhos de busca, também ainda não viu "no local" nenhum elemento da direcção da escola. "Têm passado por aqui alguns funcionários que gostavam do Leandro, mas não vi nunca o director nem ninguém da direcção."
Ontem, pelo sexto dia consecutivo, prosseguiram as buscas no rio, entre Mirandela e a foz do Tua, mais uma vez sem resultados. Durante uma hora, os mais de cem homens que a coordenação distrital da Protecção Civil mantém no terreno conseguiram manter o caudal do rio baixo, fechando as comportas de um açude a montante, mas nenhum rasto de Leandro foi ainda encontrado. "Os bombeiros têm sido incansáveis. Bem sabem como é importante para a família encontrar o menino, poder fazer-lhe um funeral", comenta a tia.
Ana Fragoso, Público - 08/03/2009.
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Que dizer perante esta situação?
O ‘bullying’ é um problema estrutural da escola. A forma como a escola está estruturada, como uma cadeia de montagem onde os alunos se enfileiram por classes – a ‘classificação’ escolar é a primeira forma de estratificação social, há aí um sistema perverso de distribuição de marcas de aceitação social, umas inerentes à instituição escolar, outras dependentes das relações grupais que se estabelecem entre os alunos. É uma engrenagem desumana, avessa ao despontar da individualidade expansiva.
Mas trata-se dum problema que pode ser enfrentado e combatido com eficácia. Mas a sua erradicação só será possível pela destruição da escola da era industrial. Há que repensar os espaços escolares que temos, torná-los mais pequenos, com menos pessoas, mais próximos dos limites óptimos da convivialidade: poucos alunos por turma, poucas turmas por cada ano, um leque etário muito alargado – cada escola deve ter todos os níveis de escolaridade, da pré-primária ao 12º ano.
É necessário também que se cultive a democracia directa, recuperando o sentido da ecclesia da Atenas do período áureo: todos os membros da comunidade educativa devem poder discutir em comum os problemas da escola, em assembleia, olhos nos olhos, assumindo compromissos, estabelecendo regras, construindo projectos, avaliando a execução dos projectos, elegendo representantes e responsáveis.
Se uma escola tiver uma dimensão que não permita juntar todas as pessoas num espaço de discussão, então a sua dimensão ultrapassa os limites do aceitável, há que proceder à sua divisão.
O ideal seria que as escolas nascessem da própria comunidade local. O que permite várias modalidades de organização: desde a educação doméstica, a levar a cabo pelas famílias que queiram e possam assumir este encargo, passando pelas cooperativas familiares ou comunitárias, até chegar às escolas de pendor mais institucional, próximas das que temos hoje, mas entregues às comunidades locais.
Há que devolver a escola à sociedade. Todos os cidadãos devem poder participar activamente na vida escolar, e aqui os pais devem ter um papel decisivo no que se refere à gestão da escola. Isto no pleno respeito da autoridade pedagógica dos professores. Mas há formas de organizar a vida da escola tendo como centro orgânico a vida cultural da sociedade envolvente.
Isto requer que a própria sociedade desperte para a democracia verdadeiramente participativa. O que se pode conseguir através da redefinição do conceito de autarquia local: há que devolver a soberania aos cidadãos e às comunidades de base em vez de investir todos os recursos em corpos burocratizados e partidarizados, geridos de forma ‘artificial’, ou seja, desligada da vida concreta das comunidades locais (muitas delas condenadas a uma existência vegetativa em termos de cidadania verdadeiramente democrática e culturalmente viva – basta falar das enormes urbanizações-dormitório).
A escola pode bem ser considerada um órgão de soberania, uma autarquia local. E todas as autarquias locais devem ser reconfiguradas de forma a poderem ser administradas, o mais possível, através da democracia directa. ‘O mais possível’, porque há ainda um longo caminho a percorrer para que os cidadãos se interessem de forma profunda pela sua actividade política.
Por outro lado, se não é natural que na nossa casa nos sintamos deslocados ou ‘a mais’, o mesmo deve acontecer com os nossos filhos na escola: a escola deve ser uma das nossas casas comuns, um espaço de sociabilidade franca. Os nossos filhos devem sentir-se seguros na escola e isso passa por não se verem tratados como aquilo que não são (ou para o qual não nasceram): meras bestas de aprender o que não requer verdadeira aprendizagem. Só aprende quem se prende a tudo, quem se sabe em comunhão com o universo. Só aprende quem descobre a vida compassiva, quer dizer, quem se sabe ser de partilha.
O Leandro suicidou-se por causa da escola. Foi vítima de bullying e este fenómeno é inerente à escola, não há que deturpar o seu sentido escolar. E esta não é a escola que queremos para os nossos filhos, nem a sociedade que queremos para todos nós. Por este motivo a atitude da direcção da escola do Leandro (a escola era do Leandro, como é de todos nós) não é só execrável: é um espelho da sociedade em que vivemos, uma sociedade discriminatória, cada vez mais desigual. Não restem dúvidas: se o Leandro fosse filho dum senhor juiz ou dum médico, dum engenheiro, dum professor, neste momento não estariam à procura dum cadáver nas margens do rio Tua.
Já estive em conselhos de turma em que se perguntava: ‘O João é filho de quem?’; ‘Sabem quem são os filhos de professores?’; ‘Olhem que o pai da Joana é professor catedrático!’. Os filhos dos ‘outros’ ficam na penumbra. Isto em muitos casos pesa. Os filhos de pais que não têm estatuto social muito dificilmente chegam a medicina. Pode até haver muitas excepções, mas isso não me fará abandonar esta convicção.
E se os alunos forem portadores duma deficiência desafiante (que exija muito trabalho), então a coisa pode tornar-se tétrica. Não em todas as escolas, porque há escolas muito preocupadas com estas situações. Esta situação fica a dever-se à falta de formação dos professores (que, no caso das necessidades educativas especiais é praticamente nula – há professores a trabalhar no ensino especial sem qualquer qualificação académica na área); à sobrecarga dos horários de muitos professores – se tiverem cento e muitos alunos, não conseguem prestar atenção a cada um, o que se torna mais problemático no caso dos alunos com uma grande necessidade de investimento pedagógico; mas também há quem não queria os alunos portadores de deficiência na escola dita ‘normal’ – o que contraria o ideal da escola inclusiva que é um dos sustentáculos da sociedade democrática.
O mutismo da direcção da escola de Mirandela (e de todos nós) provará que o bullying é inerente à escola, à forma como a escola está estruturada – se a escola estivesse mesmo entregue à comunidade local, a quem o seu director deveria prestar contas?
Nos últimos anos o quadro legal que suporta a gestão escolar sofreu mudanças que comprometeram o funcionamento democrático das escolas e promoveram o autoritarismo e o autismo administrativo. Hoje nada é verdadeiramente discutido dentro das escolas. Mesmo um órgão tão importante como o conselho pedagógico está completamente manietado, porque a nomeação dos seus membros depende do director.
Os Leandros não se conseguem fazer ouvir; os pais dos Leandros são tratados com sobranceria por quem se julga cultural e socialmente melhor do que eles. Só os agressores se sentem à vontade na escola. Esses vêem-se protegidos por um muro de silêncio e de indiferença.
E nós continuamos cegos, surdos e mudos. A bem da pasmaceira social. Até quando?
The Girl Effect
Nada melhor do que uma coisa assim, para o dia (só este?) em que celebramos a Mulher.
O Outro Portugal na Marcha Mundial de Mulheres
Assim, o Outro Portugal estará ao lado do Grupo Crianças em Acção GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental http://gaia.org.pt/ Maternar http://www.maternar.pt/ Associação Doulas de Portugal http://doulasdeportugal.blogspot.com/ e HumPar http://www.humpar.%20org/ , para transportar a faixa, cedida pela GAIA, intitulada: "Por um Nascimento Carinhoso e Respeitado". Se puderem ir, mulheres do Outro Portugal (marcha) e homens também (cobertura do evento), não faltem; quantos mais formos, melhor!
Lembro que é pedido aos participantes que irão seguir esta faixa, que levem um porta-bebés (sling, pano, manduca...) com o vosso bebé ou um boneco, para ser mais fácil o agrupamento.
A despedida de Raimon Pannikar
Transcrevo, com funda comoção, a carta-circular que recebi de Raimon Pannikar, datada de 28 de Janeiro deste ano. Constato que o adiamento da entrevista que tive com ele marcada para 14 de Janeiro, na sua minúscula aldeia catalã de Tavertet, devido ao seu cansaço, foi a frustração do desejo que acalentava há muito e da derradeira oportunidade de conhecer pessoalmente este que é, aos 91 anos, um dos maiores pensadores vivos do planeta e um gigante do diálogo intercultural e inter-religioso, com uma obra monumental. Constato também, com a mesma comoção, que o texto, inédito em Portugal, que ainda teve a bondade de enviar para o primeiro número da revista Cultura ENTRE Culturas, foi provavelmente o seu último acto de intervenção pública. Interpreto isto como um sinal e um legado. Possa a revista doravante assumir a responsabilidade de continuar a sua tarefa em prol de uma interculturalidade autêntica, pacífica e fraterna: a mesma tarefa entre nós assumida por Agostinho da Silva. E possamos nós estar e continuar a seu lado, como ele a nosso lado está e continuará: "no silêncio e na oração".
.....
Queridos Amigos:
Quisiera comunicaros que creo que ha llegado el momento (aplazado varias veces) de retirarme de toda actividad pública, sea con una participación directa o con una participación intelectual, a las que he dedicado toda mi vida como forma de compartir mis reflexiones.
Continuaré a vuestro lado de un modo mas profundo, es decir, en el silencio y en la oración, y del mismo modo os pido de estar a mi lado en este último período de mi existencia.
Me habéis oído decir a menudo que la persona es un nudo en una red de relaciones. Al despedirme de vosotros os quiero agradecer sinceramente de haberme enriquecido con la relación que he tenido con cada uno de vosotros.
Estoy agradecido tambiém a todos aquellos que, de una manera personal o asociada, seguirán actuando, incluso sin mi, por la difusión de mi pensamiento y compartiendo mis ideales.
Doy gracias también por el don de la vida, que sólo es tal cuando se vive en comunión: es con este espíritu que he vivido también mi sacerdocio.
Raimon Pannikar
(Tavertet - Catalunya)
Publicado em:
arevistaentre.blogspot.com
Marcha Mundial de Mulheres, contra a Violência e a Pobreza
Depois do sucesso desta iniciativa em anos anteriores, 2010 será um ano repleto de variadas acções que se prolongarão até ao dia 17 de Outubro, desta vez centradas nos temas mais pertinentes e actuais: Bem Comum, Paz e Desmilitarização, Trabalho das Mulheres e Violência Contra as Mulheres. O primeiro evento está desde já marcado para o próprio dia 8 de Março às 17h30 no Rossio onde se concentrarão centenas de Mulheres que irão marchar pelas causas que as movem.
Diversas organizações (Grupo Crianças em Acção GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental http://gaia.org.pt/ Maternar http://www.maternar.pt/ Associação Doulas de Portugal http://doulasdeportugal.blogspot.com/ HumPar http://www.humpar.%20org/ ) irão se unir para transportar a faixa, cedida pela GAIA, intitulada:
"Por um Nascimento Carinhoso e Respeitado"
... porque a Paz começa no nascimento e "para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" (Michel Odent), este será um momento importante para a sensibilização da população em geral e das próprias mulheres que irão participar no evento para a necessidade de se lutar por um parto e um nascimento mais carinhoso e respeitado.
É pedido às mulheres que queiram ajudar a carregar esta faixa, que levem vestido um porta-bebés (sling, pano, manduca, etc) com o seu bebé ou com um boneco, para que seja mais fácil o agrupamento.
O verdadeiro professor, segundo Agostinho da Silva
Para que me fique inteira esta figura do professor hei-de juntar-lhe uma curiosidade universal, uma helénica elasticidade e juventude espiritual: não o quero especialista, porque a sua missão não está em transmitir uma ciência; […] Há-de pois ter o espírito aberto a todas as correntes, nau pronta a sulcar todos os mares; mais do que a ninguém compete-lhe ter uma ideia do mundo tão perfeita quanto possível; como o havemos de imaginar completamente ignorante neste ou naquele domínio ? Esta exigência lhe assegura uma vida de trabalho, horas todas ocupadas e férteis e contínuos projectos; por consequência a mocidade, o entusiasmo e a alegria que requer a missão pedagógica
- Agostinho da Silva, “Projecto de um mestre”, Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, pp. 104-105.
Poder e poder
MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA – 2ª Versão
Por: Isabel Rosete
Francis Bacon, Study for the Head of a Screaming Pope, 1952
Não sei mais amar o próximo
Como a mim mesma!
A futilidade é
Claustrofóbica!
A mesquinhez é
Indigna!
E a (dita) … normalidade?
Ah, a normalidade!
A grande farsa
Dos Cobardes e dos Hipócritas,
Dos que blasfemam
No mais sórdido silêncio
Encobertos por opacos véus!
Ah, a normalidade!
A grande farsa
Dos que escondem o rosto próprio
E todas as suas faces
Por medo, por desvario, por ignorância,
Por dissimulação, por sonsice...
Pelo temor das vozes dos outros…
Que não apoiam qualquer acto
De presentificação do ser si-mesmo!
Malditos!
Eternamente vos amaldiçoo!
O fogo do Inferno vos desejo
Com todas as forças
Que ainda me restam,
Até ao meu último fôlego sentido!
Odeio-vos,
Vermes com rosto de gente,
Que até os animais (mais) selvagens desprezam
Como carne putrefacta
Que nem os abutres ousam devorar,
Apesar de famintos!
Tenho nojo de vós,
Asquerosos Cobardes e Hipócritas,
Nem em aparência respeitáveis!
Sois pura afiguração,
Meros pedaços,
Dispersos,
Do ignóbil Nada que vos consome!
Sois,
Malditos Cobardes e Hipócritas,
A praga que a Medicina ainda não aniquilou!
Sois,
Malditos Cobardes e Hipócritas,
Uma espécie exaquerável
De qualquer coisa insignificante,
Sem nome próprio!
Podres estão os vossos corpos
E as vossas almas!
Mas…, que corpos?
Mas…, que almas?
Alma, não tendes!
Nem corpo,
Nem matéria,
Nem forma,
Nem nada que possamos
Identificar com coisa alguma
Que se possa descrever ou mencionar,
Com propriedade!
Sois,
Cobardes e Hipócritas,
De tal modo In-identificáveis
No vosso parecer-ser miserável,
Que todos os adjectivos depreciativos
Se esgotam em todas as línguas
E em todas as linguagens
Para vos classificar!
Porque não morreis,
De uma vez só,
Cobardes e Hipócritas,
Se sois a verdadeira e pura escumalha,
A negra mancha da escassa dignidade
Que ainda nos resta,
A nós,
Que existimos de viso des-coberto,
Aberto…, nos múltiplos e extensos espaços
Da autenticidade do Ser
E do Estar, que vós,
Não conheceis jamais?
Excluo-vos,
Indigentes cobardes
E
Hipócritas,
Do meu pequeno-grande mundo
Mais-que-perfeito.
Se quiserem,
Se ousarem querer,
Alguma vez,
Pelo menos uma vez,
Por entre alguns parcos momentos
De uma eventual lucidez remota
Que ainda possa surgir
Nos vossos espíritos quadrados encurralados,
Digam que sou ARROGANTE,
Vá, digam, se sois capazes!
Mas digam-no em VOZ BEM ALTA,
Miseráveis Cobardes e Hipócrates!
Eu,
Apenas afirmo:
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA,
Meus queridos!
TRANSPARÊNCIA e TOLERÂNCIA,
Repito,
Agora a sempre…
Para sempre…
Neste e em todos os meus manifestos
Contra a COBARDIA e a HIPOCRISIA!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que me corre nas veias!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que move as minhas sinapses neuronais!
É tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que alimenta a minha Alma!
E tão-só a TRANSPARÊNCIA
E a TOLERÂNCIA
Da (IN) TRANSPARÊNCIA e
Da (IN) TOLERÂNCIA,
Que me fustiga o Espírito!
O que quereis mais,
Gente medonha e estúpida?
Se não tendes mais nada para dizer,
Se não sois mais capazes de engolir,
A frio,
A vossa Cobardia e Hipocrisia,
CALAI-VOS, PARA SEMPRE!
Isabel Rosete
30/04/2008
04/03/2010
Um pequeno grupo de pessoas motivadas e comprometidas...
Margaret Mead (antropóloga americana, 1901 - 1978)
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
É claro! Lastimando-nos ou não, a Vida continua do mesmo modo no seu curso natural, num misto de determinismo e de liberdade.
Ninguém é auto-suficiente! Nada é, apenas, por si só! Há sempre um outro, muitos outros... na mesma lástima (ou pior!) do que a nossa.
Caetano Veloso diz: "Navegar é preciso, viver não é preciso!" Parafraseando-o para este contexto, afirmo:" lamentar não é preciso; agir é preciso!”
Chega de discursos de mágoas apelando para a “solidariedadezinha”, para a “caridadezinha”! Chega de discursos ditos politicamente correctos, por detrás dos quais reina a hipocrisia e o mero oportunismo, mesmo perante as irremediáveis e incontornáveis catástrofes naturais!
Sinceramente estou farta de “bodes expiatórios” e de “muros de lamentações”; das farsas de uma humanidade ludibriada e de rosto encoberto; de mãos que não agem; de braços cruzados, que para nada de mexem, de diálogos que são monólogos vazios; de politiquices, de tachismos, de compadrios!
Ainda não perceberam que somos completamente inúteis se não colocarmos em acção os nossos pensamentos autênticos e necessários, e as palavras que os dizem? Claro que perceberam, mas não vos convém! É mais comodo assistir, de camarote, como meros observadores passivos, pensando que há sempre alguém que se mova por nós!
Desculpem, meus senhores e minhas senhoras, mas a esta onda não me agita! Só as ondas alterosas dos mares vigorosos por onde, outrora, navegaram os grandes, os verdadeiros heróis deste País, que fizeram História, pela sua bravura, coragem, ambição, sentido real de Pátria, conscientes dos reais problemas nacionais que pretendiam, de facto, resolver (e resolveram, e para isso se moveram!), quais almas nobres de punho forte que assim foram conduzidos, apesar de todos os obstáculos e intempéries desse mar imenso, com mostrengos e algumas sereias, a construir um Império, onde se fundamentou e estruturou a dignidade do Povo português, hoje, sem norte, decaído, num caos económico, também intelectual e moral de um povo sem crédito.
Podem dizer que sou lunática, saudosista, arrogante, exacerbadamente patriota… ou seja lá o que for! Porém, ergo a minha consciência e a minha voz sempre e onde for necessário, e de rosto aberto; também movo as minhas mãos para todas as acções que tiver de realizar em nome de um Portugal completamente renovado, quer dizer: de um Portugal sem corrupção, sem mentiras, sem escutas escusas, sem comportamentos por debaixo do pano, sem pressões absurdas sobre o que é pensado e escrito, porque a Verdade não querem que aflore.
Isabel Rosete
02/03/2010
Participando… a Escola Aberta Agostinho da Silva, em Alhos Vedros
Na sequência da apresentação pelo Professor Paulo Borges do Manifesto "Refundar Portugal", na Escola Aberta Agostinho da Silva (Casa Amarela), Alhos Vedros, agendámos por aqui uma conversa para trocarmos ideias sobre o movimento cívico “Outro Portugal”, no primeiro Domingo de Março.
Entretanto, avançámos com a criação de um Blogue/Revista (mais um!), de seu nome “Estudo Geral”, que para lá da sua exposição diária tentará ter uma divulgação mensal... Será um possível espaço de encontro para as nossas criatividades, num espírito que se pretende plural, na política, nas religiões, nas idades, sendo que a "Revista" e a participação na "Revista" serão autónomas de tudo o resto.
Aqui fica o convite para que adiram e participem. Pensamos que a palavra é essa: participação.
Num momento em que o mundo renova os seus equilíbrios, a que o país e a região não passarão incólumes, e grandes transformações sociais (e naturais) vão ocorrendo, podemos fazer alguma coisa mais, por pequena que seja, do que assobiar para o lado.
Chegou o momento de nos chegarmos mais à frente (que é simultaneamente mais atrás), ajudando a uma maior participação nesta muito incerta democracia representativa, promovendo uma cidadania activa, onde a voz dos movimentos cívicos ganhe uma importância acrescida.
Luís Santos
lcrsantos@gmail.com
Tragédia na Madeira - Um desastre já anunciado há dois anos atrás
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Manifesto
Aqui se apresenta a proposta de um cidadão português que, no decurso da sua docência universitária, obra publicada e intervenção cultural, tem seguido com interesse e preocupação os rumos recentes de Portugal e do mundo. Convicto de que urge refundar Portugal, eis uma lista de prioridades para o país e o mundo melhor a que temos direito e que todos temos o dever de construir. Agradecem-se os contributos críticos, de modo a que a proposta se aperfeiçoe e complete e sirva de plataforma para a discussão pública e a intervenção cultural e cívica que visa, pelos meios que se verificarem ser os mais oportunos.
I – Portugal é uma nação que, pela diáspora planetária da sua história e cultura, pela situação geográfica e pela língua, com 240 milhões de falantes em toda a comunidade lusófona, tem a potencialidade de ser uma nação cosmopolita, uma nação de todo o mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações. Este perfil vocaciona-nos para o cultivo dos valores mais universalistas, promovendo o diálogo com todas as culturas mundiais. Os valores mais universalistas são aqueles que promovam o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, visando não apenas o bem da espécie humana, mas também a preservação da natureza e do bem-estar de todas as formas de vida animal, como condição da própria qualidade e dignidade da vida humana.
II – O nosso potencial universalista tem sido sistematicamente ignorado pelas nossas orientações governativas, desde a época dos Descobrimentos até hoje. Se no passado predominou a pretensão de dilatar a Fé e o Império, hoje predomina a sujeição da nação aos novos senhores do mundo, as grandes esferas de interesses político-económicos. Portugal está ao serviço da globalização de um paradigma de desenvolvimento económico-tecnológico que explora desenfreadamente os recursos naturais e instrumentaliza homens e animais, donde resulta um enorme sofrimento, um fosso crescente entre homens, classes, povos e nações, a redução da biodiversidade e o arrastar do planeta para uma crise sem precedentes.
III – A assunção do nosso potencial universalista implica uma reforma das mentalidades, com plena expressão ética, cultural, social, política e económica. Nesse sentido se propõem as seguintes medidas urgentes, que visam implementar entre nós um novo paradigma, convergente com as melhores aspirações humanas e com os grandes desafios deste início do século XXI:
1 – Portugal deve dar prioridade absoluta a um desenvolvimento económico sustentado, que salvaguarde a harmonia ecológica e o bem-estar da população humana e animal. A Constituição da República Portuguesa deve consagrar a senciência dos animais – a sua capacidade de sentir dor e prazer - e o seu direito à vida e ao bem-estar. Portugal deve aprender com a legislação das nações europeias mais evoluídas neste domínio, adaptando-a à realidade nacional.
2 – Portugal deve ensaiar modelos de desenvolvimento alternativos, que preservem e promovam a diversidade cultural, biológica e ecoregional. Há que promover a sustentabilidade económica do país, desenvolvendo as economias locais. Devem-se substituir quanto possível as energias não-renováveis (petróleo, carvão, gás natural, energia nuclear), por energias renováveis e alternativas (solar, eólica, hidráulica, marmotriz, etc.), superando o paradigma, a vulnerabilidade e as dependências de uma economia baseada no petróleo e nos hidrocarbonetos. Deve-se particularmente explorar as potencialidades energéticas dos nossos mais de 900 km de costa.
3 - Devem-se ensaiar formas de organização económica cujo objectivo fundamental não seja apenas o lucro financeiro. Deve-se assegurar o predomínio da ética e da política sobre a economia, de modo a que a produção e distribuição da riqueza vise o bem comum do ecossistema e dos seres vivos, a satisfação das necessidades básicas dos homens e a melhoria geral da sua qualidade de vida, bem como o acesso de todos à educação e à cultura.
4 - Deve-se investir num programa pedagógico de redução das necessidades artificiais que permita oferecer alternativas ao produtivismo e consumismo, fazendo do trabalho e do desenvolvimento económico não um fim em si, com o inevitável dano da harmonia ecológica, da biodiversidade e do bem-estar de homens e animais, mas um mero meio para a fruição de um crescente tempo livre de modo mais gratificante e criativo. Deve-se fiscalizar mais rigorosamente o crédito ao consumo, de forma a evitar o crescente endividamento das famílias.
5 – Há que criar um serviço público de saúde eficiente e acessível a todos, que inclua a possibilidade de optar por medicinas e terapias alternativas, de qualidade e eficácia comprovada, como a homeopatia, a acupunctura, a osteopatia, o shiatsu, o yoga, a meditação, etc. Estas opções, bem como os medicamentos naturais e alternativos, devem ser igualmente comparticipadas pelo Estado.
6 – Importa informar e sensibilizar a população para os efeitos nocivos de vários hábitos alimentares - nomeadamente o consumo excessivo de carne - , para o meio ambiente, a saúde pública e o bem-estar de homens e animais. Sendo uma das principais causas do aquecimento global, do esgotamento dos recursos naturais e do sofrimento dos animais, há que restringir e criar alternativas à agropecuária intensiva. Deve-se divulgar a possibilidade de se viver saudavelmente com uma alimentação não-carnívora, vegetariana ou vegan e devem-se reduzir os impostos sobre os produtos de origem natural e biológica.
7 - Portugal, a par do desenvolvimento económico sustentado, deve investir sobretudo nos domínios da saúde, da educação e da cultura, não só tecnológica, mas filosófica, literária, artística e científica. O Orçamento do Estado deve reflectir isso, reduzindo os gastos com a Defesa, o Exército e as obras públicas de fachada. Urge moralizar e reduzir os salários e reformas de presidentes, ministros, deputados e detentores de cargos na administração pública e privada, a par do aumento dos impostos sobre os grandes rendimentos.
8 - Redignificar, com exigência, os professores e todos os profissionais ligados à educação e à cultura. A educação e a cultura não devem estar dependentes de critérios economicistas e das flutuações do mercado de emprego. Os vários níveis de ensino visarão a formação integral da pessoa, não a sacrificando a uma mera funcionalização profissional. A par disto, há que sensibilizar as famílias para não abandonarem as crianças em frente dos computadores e dos maus programas de televisão. A televisão pública deve melhorar o seu nível, investindo mais em programas de informação e formação.
Nos vários níveis de ensino deve ser introduzida uma disciplina que sensibilize para o respeito pela natureza, a vida humana e a vida animal, bem como outra que informe sobre a diversidade de paradigmas culturais, morais e religiosos coexistentes nas sociedades contemporâneas. Nos mesmos níveis de ensino deve estar presente a cultura portuguesa e lusófona, bem como as várias culturas planetárias. Um português culto e bem formado deve ter uma consciência lusófona e universal, não apenas europeia-ocidental.
A meditação, com benefícios científicamente reconhecidos - quanto ao equilíbrio e saúde psicofisiológicos, ao aumento da concentração e da memória, à melhoria na aprendizagem, à maior eficiência no trabalho e à harmonia nas relações humanas - , deve ser facultada em todos os níveis dos currículos escolares, em termos puramente laicos, sem qualquer componente religiosa.
9 - Portugal deve assumir-se na primeira linha da defesa dos direitos humanos e dos seres vivos em todos os pontos do planeta em que sejam violados, sem obedecer a pressões políticas ou económicas internacionais. Portugal deve ser um lugar de bom acolhimento para todos os emigrantes e estrangeiros que o procurem para trabalhar e viver.
10 – Portugal deve aprofundar as relações culturais, económicas e políticas com as nações de língua portuguesa, incluindo a região da Galiza, Goa, Damão, Diu, Macau e os outros lugares da nossa diáspora onde se fala o português, sensibilizando a comunidade lusófona para as causas universais, ambientais, humanitárias e animais.
11 - Portugal deve promover a Lusofonia e os valores universalistas da cultura portuguesa e lusófona no mundo, dando o seu melhor exemplo e contributo para converter a sociedade planetária na possível comunidade ético-cultural e ecuménica visada entre nós por Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. Portugal deve assumir-se como um espaço multicultural e de convivência com a diversidade, um espaço privilegiado para o tão actual desafio do diálogo intercultural e inter-religioso, alargado ao diálogo entre crentes e descrentes. Deve precaver-se contudo de tentações neo-imperialistas e de qualquer nacionalismo lusófono ou lusocêntrico. A Lusofonia não deve abafar outras línguas e culturas que existam no seu espaço.
12 - Verifica-se haver em Portugal e na Europa em geral uma grave crise de representação eleitoral, patente na elevada abstenção e descrédito dos políticos, dos partidos e da política, os quais, segundo a opinião geral, apenas promovem o acesso ao poder de indivíduos e grupos que sacrificam o bem comum a interesses pessoais e particulares, com destaque para os das grandes forças económicas. As eleições são assim sistematicamente ganhas por representantes de minorias, relativamente à totalidade dos cidadãos eleitores, que governam isolados da maioria real das populações, que os consideram com alheamento, desconfiança e desprezo, tornando-se vítimas passivas das suas políticas. O actual sistema eleitoral também não promove a melhor justiça representativa, não facilitando a representação de uma maior diversidade de forças políticas e limitando-a às organizações partidárias, o que contribui para a instrumentalização do aparelho de Estado, dos lugares de decisão político-económica e da comunicação social pelos grandes partidos.
Esta é uma situação que compromete seriamente a democracia e que a história ensina anteceder todas as tentativas de soluções ditatoriais. Há que regenerar a democracia em Portugal, reformando o estado e o sistema eleitoral segundo modelos que fomentem a mais ampla participação e intervenção política da sociedade civil, facilitando a representação de novas forças políticas e possibilitando que cidadãos independentes concorram às eleições. Deve-se recuperar a tradição municipalista portuguesa e promover uma regionalização e descentralização administrativa equilibradas, assegurando mecanismos de prevenção e controlo dos despotismos locais.
Há que colocar a política ao serviço da ética e da cultura e mobilizar a população para a intervenção cívica e política em torno dos desafios fundamentais do nosso tempo, com destaque para a protecção da natureza, o bem-estar dos seres vivos e uma nova consciência planetária. Há que mobilizar os cidadãos indiferentes e descrentes da vida política, a enorme percentagem de abstencionistas e todos aqueles que se limitam a votar, para a responsabilidade de reflectirem, discutirem e criarem o melhor destino a dar à nação. Há que, dentro dos quadros democráticos e legais, promover formas alternativas de intervenção cultural, social e cívica, que permitam antecipar tanto quanto possível a realidade desejada, sem depender dos poderes instituídos.
Convicto de que estas medidas permitirão que Portugal recupere o pioneirismo e criatividade que o caracterizou no impulso dos Descobrimentos, mas agora sem escravizar e explorar outros povos, apelo a que todos dêem o vosso contributo para a discussão, aperfeiçoamento e divulgação deste Manifesto. De todos nós depende que ele se constitua na plataforma de um movimento cívico e cultural de reflexão e acção, que nos arranque ao comodismo e passividade em que estamos instalados.
Por um Outro Portugal!
Contribuidores
- Ana Moreira
- Ana Rodrigues
- Bernardo Almeida
- Dr Carlos Gonçalves
- Duarte D. Braga
- Duarte
- Estudo Geral
- Fernando Emídio
- Gil
- Glimpse
- Helena Caetano
- Isabel Rosete
- Isabel Santiago
- João Beato
- João Lopes Aguiar
- José Magalhães
- Luís Miguel Dantas
- Luis Resina
- Luis Resina
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- Margarida
- Maria de Lourdes Teixeira Puga Alvarez
- Maribel Sobreira
- Maurícia Teles da Silva
- Minda
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- P.F. Antunes
- Paulo Borges
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- Pedro Sena
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