Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

"Cada religião é a única verdadeira..."

"Cada religião é a única verdadeira, ou seja, no momento em que nela pensamos é necessário prestar-lhe tamanha atenção como se não houvesse outra coisa; do mesmo modo cada paisagem, cada quadro, cada poema, etc., é o único que é belo. A "síntese" das religiões implica uma qualidade de atenção inferior"

- Simone Weil, Cahier VI, Oeuvres, Paris, Gallimard, 1999, p.848.

Não posso deixar de fazer deste reparo um reparo às tendências sincretistas de algum Fernando Pessoa e de algum Agostinho da Silva, que passa a meio caminho entre elas e o fundamentalismo dogmático da crença numa única religião verdadeira. Não parece possível seguir uma qualquer via religiosa ou mesmo espiritual sem uma dedicação e concentração totais, sabendo e aceitando ao mesmo tempo que outros podem e devem fazer o mesmo com outras vias religiosas e espirituais. Isto é algo a não esquecer no actual diálogo inter-religioso, que muitas vezes tende aos sincretismos fáceis e moles.

5 comentários:

Serafina disse...

Não tenho religião. Ainda não tinha dez anos quando pedi para ser retirada das aulas de religião na escola. Não fui autorizada e então escrevi uma redacção sobre as religiões e os seus muros. A partir daí, fui "libertada". Respeito todas as formas de fé e de religião, mas não acredito que haja uma forma única de se chegar ao conhecimento e à sabedoria.

Anónimo disse...

É uma frase lindíssima: "Cada religião é a única verdadeira".
Onde parece existir uma contradição, uma fonte de conflito, podemos revelar que existe riqueza, diversidade, complementaridade, diversidade.
É desconcertante que na actualidade, na chamada "sociedade da informação", onde tudo é uniformizado, as pessoas ainda pensem em categorias como "inferior", "superior", ou preconceitos quando se pensa em religião!
Sem dúvida! estou totalmente de acordo com a mensagem de Paulo Borges,e especialmente de que é necessário concentração para seguir qualquer via espiritual.

João Beato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Beato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Beato disse...

Fernando Pessoa e Agostinho da Silva eram, como bons portugueses, múltiplos. Nessa multiplicidade, julgo que souberam ser inteligentemente coerentes na dedicação total a uma espiritualidade em que se pode observar algum sincretismo.
Também concordo que deva haver uma total atenção e dedicação a um percurso espiritual sumamente íntegro, mas não considero as tendências sincretistas destes dois grandes mestres portugueses como perniciosas logo à partida. Acho que essas tendências devem ser compreendidas às luz da multiplicidade heteronímica e das características peculiares do ser português, merecendo, por isso, alguma atenção da nossa parte.
Por outro lado, é bem sabido que a segurança e o conforto ilusórios que muitos seguidores sentem por pertencerem a uma determinada religião promovem, igualmente, muita "moleza" e superficialidade, o que também deveria ser tido em conta no diálogo inter-religioso.

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"Cada religião é a única verdadeira..."

"Cada religião é a única verdadeira, ou seja, no momento em que nela pensamos é necessário prestar-lhe tamanha atenção como se não houvesse outra coisa; do mesmo modo cada paisagem, cada quadro, cada poema, etc., é o único que é belo. A "síntese" das religiões implica uma qualidade de atenção inferior"

- Simone Weil, Cahier VI, Oeuvres, Paris, Gallimard, 1999, p.848.

Não posso deixar de fazer deste reparo um reparo às tendências sincretistas de algum Fernando Pessoa e de algum Agostinho da Silva, que passa a meio caminho entre elas e o fundamentalismo dogmático da crença numa única religião verdadeira. Não parece possível seguir uma qualquer via religiosa ou mesmo espiritual sem uma dedicação e concentração totais, sabendo e aceitando ao mesmo tempo que outros podem e devem fazer o mesmo com outras vias religiosas e espirituais. Isto é algo a não esquecer no actual diálogo inter-religioso, que muitas vezes tende aos sincretismos fáceis e moles.

5 comentários:

Serafina disse...

Não tenho religião. Ainda não tinha dez anos quando pedi para ser retirada das aulas de religião na escola. Não fui autorizada e então escrevi uma redacção sobre as religiões e os seus muros. A partir daí, fui "libertada". Respeito todas as formas de fé e de religião, mas não acredito que haja uma forma única de se chegar ao conhecimento e à sabedoria.

Anónimo disse...

É uma frase lindíssima: "Cada religião é a única verdadeira".
Onde parece existir uma contradição, uma fonte de conflito, podemos revelar que existe riqueza, diversidade, complementaridade, diversidade.
É desconcertante que na actualidade, na chamada "sociedade da informação", onde tudo é uniformizado, as pessoas ainda pensem em categorias como "inferior", "superior", ou preconceitos quando se pensa em religião!
Sem dúvida! estou totalmente de acordo com a mensagem de Paulo Borges,e especialmente de que é necessário concentração para seguir qualquer via espiritual.

João Beato disse...
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João Beato disse...
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Fernando Pessoa e Agostinho da Silva eram, como bons portugueses, múltiplos. Nessa multiplicidade, julgo que souberam ser inteligentemente coerentes na dedicação total a uma espiritualidade em que se pode observar algum sincretismo.
Também concordo que deva haver uma total atenção e dedicação a um percurso espiritual sumamente íntegro, mas não considero as tendências sincretistas destes dois grandes mestres portugueses como perniciosas logo à partida. Acho que essas tendências devem ser compreendidas às luz da multiplicidade heteronímica e das características peculiares do ser português, merecendo, por isso, alguma atenção da nossa parte.
Por outro lado, é bem sabido que a segurança e o conforto ilusórios que muitos seguidores sentem por pertencerem a uma determinada religião promovem, igualmente, muita "moleza" e superficialidade, o que também deveria ser tido em conta no diálogo inter-religioso.

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