Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

E isto? Não vos diz nada??




Os suíços decidiram hoje [29/11/2009] em referendo proibir a construção de minaretes (torres das mesquitas), com 57 por cento dos votantes a pronunciarem-se nesse sentido, segundo os resultados definitivos do escrutínio.

Apenas quatro cantões nos 26 que integram a Confederação rejeitaram a proposta apoiada pelo partido UDC, da direita populista, e pelo pequeno partido cristão de direita UDF.

A votação provocará mudanças no artigo 72 da Constituição suíça que regula as relações entre o Estado e as religiões. A proibição de construção de minaretes será apresentada no documento como uma medida 'para manter a paz entre os membros das diversas comunidades religiosas'.

Os analistas foram unânimes em qualificar o resultado de 'grande surpresa', pois contradiz as sondagens feitas durante a campanha para o referendo que apontavam para uma rejeição de 53 por cento dos votantes da proposta da direita populista.

O UDC, que não perde uma ocasião para incitar o medo do estrangeiro, convenceu assim uma maioria de suíços ao acusar os minaretes de serem o 'símbolo aparente de uma reivindicação político-religiosa de poder, que põe em causa os direitos fundamentais'.

O intelectual muçulmano Tariq Ramadan considerou 'catastrófico' o resultado do referendo. Para Ramadan, que vive em Genebra e ensina na Universidade de Oxford, 'os suíços exprimiram um verdadeiro medo, um questionamento profundo sobre o assunto do Islão na Suíça'.

O partido Os Verdes declarou considerar a apresentação de um recurso perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo por violação da liberdade religiosa garantida pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

13 comentários:

Kunzang Dorje disse...

É por resultados de referendos como este que é importante o diálogo inter-religioso?

Serafina disse...

Claro que é. Mas mais do que isso, ainda. Temos que combater o medo que é incutido nas populações através dos media, a toda a hora. É o medo que mais nos desumaniza.

Kunzang Dorje disse...

Como combater o medo?

Serafina disse...

Com muita alegria e muito carinho. Não há outra maneira.

Paulo Borges disse...

Creio que também é necessária muita informação. Tenho alguma experiência de (tentativas de) diálogo inter-religioso e constato que, embora em Portugal os líderes religiosos se esforcem por manter relações cordiais, quase nada sabem nem querem saber das religiões dos outros. A ignorância é a verdadeira raiz da insegurança e do medo. E o conhecimento não deve ser só do que une as diferentes religiões, como se tende a crer, mas também do que as distingue, embora não as separe necessariamente. Sem conhecer o outro como outro, como posso respeitá-lo realmente?

Paulo Borges disse...

O resultado desse referendo é assustador e não anuncia nada de bom para a Suíça e a Europa...

Serafina disse...

A Suíça é o país mais "rico" da Europa. Isto também não vos diz nada? :) A mim não me assusta. Lembrem-se de onde vem a riqueza suíça. Existe com certeza um karma...

Paulo Borges disse...

Karma é acção que gera reacção. Com esta acção o que me assusta é a reacção islâmica... É por estas coisas que mais urge que Portugal assuma um modelo completamente oposto, o de construir pontes e não muros entre culturas e religiões. Pode ser um exemplo para uma Europa sempre tendente à xenofobia.

Agora vou dormir. Amanhã volto.

Cristina Castro disse...

Já tive o privilégio de rezar um "Pai Nosso" e uma "AvÉ Maria", numa Mesquita no Egipto! Só encontrei PAZ e acolhimento!

Myriade disse...

Ay Laura, uma teoria perigosa. E de onde vem o ouro portugues ?? : quantos mortos e escravos no Brasil, na Africa ...... Produz bom karma ver só os erros dos outros ??

Gil disse...

Em Portugal há um diálogo inter-religioso real, mas entre líderes das diversas religiões. No entanto, a nível de seguidores de base dessas mesmas religiões, há muitas vezes um quase ódio contra todos os que não professam das mesmas ideias. Como em muitos outros assuntos, a informação e diálogo entre "cúpulas" e "bases" é deficiente ou inexistente, o que torna tantas iniciativas que poderiam ser de enorme valor, num vazio que empobrece as relações, que torna as pessoas fechadas e intolerantes.

Unknown disse...

e a questão do referendo em si?? de as pessoas não participarem, acharem que o sim é de opinião unanime nas sondagens e depois esquecem de ir lá votar. Como resultado ganha sempre as posições conservadores. Nós também conhecemos isso!

Serafina disse...

Wolkengedanken, não vejo só os erros dos outros, não. O nosso karma é o que vivemos, nada bom, mesmo. O meu próprio karma não é bom. Mas independentemente de termos nascido em Portugal, Suíça ou Alemanha, acredito que este projecto é universal e assim deve ser vivido por todos nós. Nesse aspecto (e respondendo a um outro seu comentário a um post do Paulo), temos que nos desligar do pátria, da casa, do pai e da mãe. Foi Jesus que disse: " Talvez os homens pensem que vim trazer paz ao mundo. Não sabem que é dissensão o que vim espalhar pela terra: fogo, espada, guerra. Com efeito, havendo cinco numa casa, três estarão contra dois e dois contra três: o pai contra o filho e o filho contra o pai. E eles permanecerão sós." E que casa é esta, e que pais e filhos são estes? Talvez devamos ser inovadores ao ponto de nos desligarmos até da palavra "lusofonia" e "Portugal", se queremos um projecto realmente universal. No entanto, acredito nesta máxima: pensar globalmente, actuar localmente. Comecemos pelo espaço onde vivemos.
Acredito que a sua presença neste projecto, Wolkengedanken, como a de outros que venham, seja perfeitamente crucial.

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E isto? Não vos diz nada??




Os suíços decidiram hoje [29/11/2009] em referendo proibir a construção de minaretes (torres das mesquitas), com 57 por cento dos votantes a pronunciarem-se nesse sentido, segundo os resultados definitivos do escrutínio.

Apenas quatro cantões nos 26 que integram a Confederação rejeitaram a proposta apoiada pelo partido UDC, da direita populista, e pelo pequeno partido cristão de direita UDF.

A votação provocará mudanças no artigo 72 da Constituição suíça que regula as relações entre o Estado e as religiões. A proibição de construção de minaretes será apresentada no documento como uma medida 'para manter a paz entre os membros das diversas comunidades religiosas'.

Os analistas foram unânimes em qualificar o resultado de 'grande surpresa', pois contradiz as sondagens feitas durante a campanha para o referendo que apontavam para uma rejeição de 53 por cento dos votantes da proposta da direita populista.

O UDC, que não perde uma ocasião para incitar o medo do estrangeiro, convenceu assim uma maioria de suíços ao acusar os minaretes de serem o 'símbolo aparente de uma reivindicação político-religiosa de poder, que põe em causa os direitos fundamentais'.

O intelectual muçulmano Tariq Ramadan considerou 'catastrófico' o resultado do referendo. Para Ramadan, que vive em Genebra e ensina na Universidade de Oxford, 'os suíços exprimiram um verdadeiro medo, um questionamento profundo sobre o assunto do Islão na Suíça'.

O partido Os Verdes declarou considerar a apresentação de um recurso perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo por violação da liberdade religiosa garantida pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

13 comentários:

Kunzang Dorje disse...

É por resultados de referendos como este que é importante o diálogo inter-religioso?

Serafina disse...

Claro que é. Mas mais do que isso, ainda. Temos que combater o medo que é incutido nas populações através dos media, a toda a hora. É o medo que mais nos desumaniza.

Kunzang Dorje disse...

Como combater o medo?

Serafina disse...

Com muita alegria e muito carinho. Não há outra maneira.

Paulo Borges disse...

Creio que também é necessária muita informação. Tenho alguma experiência de (tentativas de) diálogo inter-religioso e constato que, embora em Portugal os líderes religiosos se esforcem por manter relações cordiais, quase nada sabem nem querem saber das religiões dos outros. A ignorância é a verdadeira raiz da insegurança e do medo. E o conhecimento não deve ser só do que une as diferentes religiões, como se tende a crer, mas também do que as distingue, embora não as separe necessariamente. Sem conhecer o outro como outro, como posso respeitá-lo realmente?

Paulo Borges disse...

O resultado desse referendo é assustador e não anuncia nada de bom para a Suíça e a Europa...

Serafina disse...

A Suíça é o país mais "rico" da Europa. Isto também não vos diz nada? :) A mim não me assusta. Lembrem-se de onde vem a riqueza suíça. Existe com certeza um karma...

Paulo Borges disse...

Karma é acção que gera reacção. Com esta acção o que me assusta é a reacção islâmica... É por estas coisas que mais urge que Portugal assuma um modelo completamente oposto, o de construir pontes e não muros entre culturas e religiões. Pode ser um exemplo para uma Europa sempre tendente à xenofobia.

Agora vou dormir. Amanhã volto.

Cristina Castro disse...

Já tive o privilégio de rezar um "Pai Nosso" e uma "AvÉ Maria", numa Mesquita no Egipto! Só encontrei PAZ e acolhimento!

Myriade disse...

Ay Laura, uma teoria perigosa. E de onde vem o ouro portugues ?? : quantos mortos e escravos no Brasil, na Africa ...... Produz bom karma ver só os erros dos outros ??

Gil disse...

Em Portugal há um diálogo inter-religioso real, mas entre líderes das diversas religiões. No entanto, a nível de seguidores de base dessas mesmas religiões, há muitas vezes um quase ódio contra todos os que não professam das mesmas ideias. Como em muitos outros assuntos, a informação e diálogo entre "cúpulas" e "bases" é deficiente ou inexistente, o que torna tantas iniciativas que poderiam ser de enorme valor, num vazio que empobrece as relações, que torna as pessoas fechadas e intolerantes.

Unknown disse...

e a questão do referendo em si?? de as pessoas não participarem, acharem que o sim é de opinião unanime nas sondagens e depois esquecem de ir lá votar. Como resultado ganha sempre as posições conservadores. Nós também conhecemos isso!

Serafina disse...

Wolkengedanken, não vejo só os erros dos outros, não. O nosso karma é o que vivemos, nada bom, mesmo. O meu próprio karma não é bom. Mas independentemente de termos nascido em Portugal, Suíça ou Alemanha, acredito que este projecto é universal e assim deve ser vivido por todos nós. Nesse aspecto (e respondendo a um outro seu comentário a um post do Paulo), temos que nos desligar do pátria, da casa, do pai e da mãe. Foi Jesus que disse: " Talvez os homens pensem que vim trazer paz ao mundo. Não sabem que é dissensão o que vim espalhar pela terra: fogo, espada, guerra. Com efeito, havendo cinco numa casa, três estarão contra dois e dois contra três: o pai contra o filho e o filho contra o pai. E eles permanecerão sós." E que casa é esta, e que pais e filhos são estes? Talvez devamos ser inovadores ao ponto de nos desligarmos até da palavra "lusofonia" e "Portugal", se queremos um projecto realmente universal. No entanto, acredito nesta máxima: pensar globalmente, actuar localmente. Comecemos pelo espaço onde vivemos.
Acredito que a sua presença neste projecto, Wolkengedanken, como a de outros que venham, seja perfeitamente crucial.

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