Victor Mendanha - Desde séculos atrás, existe a ideia de um Quinto Império. Agora, após a contracção do chamado Império Colonial, alguns esperam o início desse Quinto Império, a partir de Portugal. Qual é a sua definição de Quinto Império?
Agostinho da Silva - Não para mim, pois não inventei o nome, mas para o Padre António Vieira e para Fernando Pessoa, o Quinto Império foi coisa perfeitamente definida e cada um a definiu da sua maneira.
Para Vieira, era o Império que viria após os quatro impérios que tinham falido. Mas tentar um Quinto Império, após a falência dos quatro anteriores, só não seria uma ideia de louco - e o Padre António Vieira não era louco - se evitassem a entrada, nesse Quinto Império, dos elementos culpados da ruína dos impérios antecedentes.
Então, não podemos pensar mais nenhum império em que haja qualquer das «bactérias» políticas causadoras do desaparecimento dos antecedentes.
Victor Mendanha- Quais são, pois, essas «bactérias» tão perigosas, capazes de minarem até um império?
Agostinho da Silva - São, hoje, perfeitamente definidas, sendo a maior a mania do homem em mandar nos outros homens. Esta é a «bactéria» mais perigosa.
Depois surge todo o aparelho económico sobre o trabalho obrigatório, o que faz de cada império uma prisão. Não se podem consentir mais cadeias no Mundo, seja para nós seja para bichos, nos jardins zoológicos, como fizemos até hoje.
Em terceiro lugar, a questão da educação. Como havia trabalho obrigatório e profissões, a nossa educação nunca passou de uma preparação para um determinado serviço. Não aprendemos aquilo que queremos aprender mas a matéria dos cursos dirigidos para isto ou para aquilo.
Em quarto lugar , o facto do trabalho obrigatório impor classes sociais, procurando o domínio de umas sobre as outras: cada pessoa da classe de cima procura ser diferente da pessoa da classe de baixo.
Em último lugar, temos as crises ideológicas e metafísicas, as quais contribuíram , igualmente, para a ruína dos quatro impérios que o Padre António Vieira tinha posto antes do seu.
Depois surge todo o aparelho económico sobre o trabalho obrigatório, o que faz de cada império uma prisão. Não se podem consentir mais cadeias no Mundo, seja para nós seja para bichos, nos jardins zoológicos, como fizemos até hoje.
Em terceiro lugar, a questão da educação. Como havia trabalho obrigatório e profissões, a nossa educação nunca passou de uma preparação para um determinado serviço. Não aprendemos aquilo que queremos aprender mas a matéria dos cursos dirigidos para isto ou para aquilo.
Em quarto lugar , o facto do trabalho obrigatório impor classes sociais, procurando o domínio de umas sobre as outras: cada pessoa da classe de cima procura ser diferente da pessoa da classe de baixo.
Em último lugar, temos as crises ideológicas e metafísicas, as quais contribuíram , igualmente, para a ruína dos quatro impérios que o Padre António Vieira tinha posto antes do seu.
Victor Mendanha - Os portugueses poderão fundar um Quinto Império?
Agostinho da Silva - Os portugueses poderão ir para um Quinto Império se decidirem, em primeiro lugar, não serem imperadores. Este é o ponto essencial da questão.
Paradoxalmente, apenas haverá um Quinto Império se não existir um quinto imperador...
Paradoxalmente, apenas haverá um Quinto Império se não existir um quinto imperador...
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Nos últimos cem anos, por aí, as técnicas de Comunicação têm sido utilizadas como uma "bactéria perigosa", a "do homem mandar nos outros homens". Chegou a tal ponto que já se divulgam na Internet técnicas de manipulação pura (basta fazer parte de uma qualquer associação de marketing para ter acesso às mesmas), que utilizam os instintos mais básicos do ser humano (medo, desejo de alimento ou consumo e impulso sexual) para lhe alterar o comportamento e isto com uma única finalidade: o lucro e o aumento de poder de alguns.
É fácil, nesta área, cairmos na tentação de utilizar exactamente as mesmas técnicas "para o bem comum". Fácil e profundamente errado. O grupo Comunicação ligado a este movimento tem de se tornar a antítese desta forma de Comunicação.
Este grupo, e é esta a minha visão que partilho convosco, deverá centrar-se essencialmente num objectivo: levar ao conhecimento do maior número possível de pessoas as ideias e propostas dos restantes grupos. E transmitir essa informação de forma pura, utilizando a nossa língua e os seus pensadores e artistas para o efeito. Ao comunicar desta forma, temos que estar preparados para que as ideias e propostas deste movimento sejam desagradáveis e mesmo repugnantes e odiosas para alguns. Uso estes adjectivos propositadamente, pois os "homens bons", como lhes chama Agostinho da Silva, têm muita dificuldade em compreender os que já o não são. E não estou a falar apenas dos que lucram com o actual estado da sociedade, mas com os que desse estado são vítimas e gostam de o ser.
Em primeiro lugar - sendo essa a minha área de especialidade - irei concentrar-me na Internet, procurando que o blog e o fórum fiquem muito bem posicionados nos motores de busca, para que possam ser facilmente encontrados por quem os procura ou procura colaborar num projecto semelhante. Para optimizar esse posicionamento, facilitaria que todos os membros que tenham blogs, publicassem o Manifesto no blog e incluíssem na lista de blogs este blog e o fórum.
Também ajuda se colocarem o blog e fórum na vossa assinatura de e-mail pessoal, mas claro que é tudo opcional e cada um colaborará na medida das suas possibilidades.
Sei que há outros membros do grupo, com quem já contactei, que têm jornais/revistas online e que estão a preparar-se para divulgar o projecto também nesses meios.
Proponho ainda que este grupo ajude a facilitar a comunicação inter membros por todos os meios ao seu alcance. Se se registarem todos no fórum, podem manter o vosso e-mail privado e, mesmo assim, podem comunicar com os restantes membros do grupo.
Mas o meu sonho é que um dia tenhamos voluntários suficientes para comunicar com as pessoas cara a cara, no meio da rua, à porta das escolas e universidades, nos cafés... e fazê-lo com arte, com poesia, com música, com dança, com livros... enfim, com alegria e paixão.
Saudações e um bem-haja para todos.
1 comentários:
Subscrevo inteiramente o que a Laura diz e aplaudo o seu espírito de iniciativa e dedicação.
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