Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

Colóquio - "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono"


De hoje a um mês, no dia 10 de Abril, vai ocorrer em Pombal um colóquio sobre as iniciativas de Transição, denominado "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono".
A transição começa em mim, começa em si, começa em pequenas comunidades locais, começa onde um grupo de pessoas está pronto e consciente da necessidade de mudar atitudes e modos de vida com vista a um decrescimento do consumo, à progressiva independência do petróleo, à interajuda entre as pessoas, à proximidade com a natureza. Começa por quem entende que qualidade de vida não é sinónimo do verbo ter, nem do sedentarismo confortável. Começa por quem entende que a solução parte de cada um de nós, e que chegou a hora de agir.
A transição já começou noutros países. Já começou no Reino Unido, com o paradigmático exemplo de Totnes, e já se estendeu a outras comunidades noutros pontos do país, à Irlanda, ao Canadá, ao Chile, À Nova Zelândia, À Alemanha e ao Japão. No total, existem já 126 comunidades oficialmente designadas como "Cidades de Transição", embora com dimensões muito variáveis.
Transcrevo abaixo o texto introdutório de João Leitão, um dos organizador do evento, que já conhecemos aqui do projecto Coisas do Vizinho. O programa do colóquio encontra-se disponível na rede Permacultura Portugal, também criada pelo João Leitão.

"INTRODUÇÃO
Vivemos desafios sem paralelo na História da Humanidade. Na área da energia, cresce o número de especialistas que considera que chegou ao fim, a era dos combustíveis fósseis baratos e abundantes, factor historicamente essencial ao modelo económico dominante, assente na ideia de expansão económica contínua. Por outro lado, as provas de que vários recursos naturais essenciais à nossa existência no Planeta, como por exemplo, água potável, florestas, biodiversidade, solos aráveis, qualidade mínima do ar, reservas de peixe, clima estável, etc., estão sujeitos a enorme stresse, parecem ser cada vez mais irrefutáveis. No campo da saúde mental, os dados relativos às patologias mais comuns, ligadas às perturbações da ansiedade e às depressões, sugerem que o modelo económico e social que preside à organização da nossa sociedade, deve ser repensado.
O Modelo de Transição afirma que é sobretudo ao nível local, que encontramos a solução para muitas questões que o Séc. XXI nos coloca. As Iniciativas de Transição são também inspiradas pelos princípios éticos e de design da Permacultura. Elas são a prova que a sociedade civil, os cidadãos comuns, têm em si o poder para responder criativamente e com eficácia, nomeadamente, aos desafios do Pico do Petróleo, das Alterações Climáticas, e da Vulnerabilidade Económica. Pombal ou a Região de Leiria podem dar o exemplo em Portugal, inspirando outras localidades e as suas gentes, a abraçar a Transição como uma forma positiva de preparar o futuro das próximas gerações, oferecendo resiliência e optimismo, face a choques externos à comunidade.

OBJECTIVOS DO ENCONTRO
Consciencializar as pessoas para os limites aos crescimento,as alterações climáticas e a dependência da nossa Civilização dos combustíveis fósseis abundantes e baratos; Alertar para a insustentabilidade a médio/longo prazo dos actuais sistemas de produção, distribuição e consumo de bens e serviços; Identificar factores estruturais de mudança: redução energética, uma nova organização do espaço e das relações territoriais, sociais e económicas; Sugerir que estilos de vida com menor consumo energético, cuidado com o Ambiente, e sobretudo mais integrados nas comunidades locais, conduzem à subida dos níveis de bem-estar; Divulgar e sensibilizar para um conjunto de iniciativas em curso de estímulo à mudança de paradigma de desenvolvimento: as Iniciativas de Transição (Transition Towns): porquê, para quê e como?; Partilhar boas práticas existentes que estão de acordo com espírito da Transição no contexto português; Discutir a ideia do desenvolvimento de uma Iniciativa de Transição-piloto no concelho de Pombal: que ameaças e oportunidades, a definição de um conceito, a identificação de parceiros, a dinamização de um grupo de trabalho."

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Colóquio - "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono"


De hoje a um mês, no dia 10 de Abril, vai ocorrer em Pombal um colóquio sobre as iniciativas de Transição, denominado "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono".
A transição começa em mim, começa em si, começa em pequenas comunidades locais, começa onde um grupo de pessoas está pronto e consciente da necessidade de mudar atitudes e modos de vida com vista a um decrescimento do consumo, à progressiva independência do petróleo, à interajuda entre as pessoas, à proximidade com a natureza. Começa por quem entende que qualidade de vida não é sinónimo do verbo ter, nem do sedentarismo confortável. Começa por quem entende que a solução parte de cada um de nós, e que chegou a hora de agir.
A transição já começou noutros países. Já começou no Reino Unido, com o paradigmático exemplo de Totnes, e já se estendeu a outras comunidades noutros pontos do país, à Irlanda, ao Canadá, ao Chile, À Nova Zelândia, À Alemanha e ao Japão. No total, existem já 126 comunidades oficialmente designadas como "Cidades de Transição", embora com dimensões muito variáveis.
Transcrevo abaixo o texto introdutório de João Leitão, um dos organizador do evento, que já conhecemos aqui do projecto Coisas do Vizinho. O programa do colóquio encontra-se disponível na rede Permacultura Portugal, também criada pelo João Leitão.

"INTRODUÇÃO
Vivemos desafios sem paralelo na História da Humanidade. Na área da energia, cresce o número de especialistas que considera que chegou ao fim, a era dos combustíveis fósseis baratos e abundantes, factor historicamente essencial ao modelo económico dominante, assente na ideia de expansão económica contínua. Por outro lado, as provas de que vários recursos naturais essenciais à nossa existência no Planeta, como por exemplo, água potável, florestas, biodiversidade, solos aráveis, qualidade mínima do ar, reservas de peixe, clima estável, etc., estão sujeitos a enorme stresse, parecem ser cada vez mais irrefutáveis. No campo da saúde mental, os dados relativos às patologias mais comuns, ligadas às perturbações da ansiedade e às depressões, sugerem que o modelo económico e social que preside à organização da nossa sociedade, deve ser repensado.
O Modelo de Transição afirma que é sobretudo ao nível local, que encontramos a solução para muitas questões que o Séc. XXI nos coloca. As Iniciativas de Transição são também inspiradas pelos princípios éticos e de design da Permacultura. Elas são a prova que a sociedade civil, os cidadãos comuns, têm em si o poder para responder criativamente e com eficácia, nomeadamente, aos desafios do Pico do Petróleo, das Alterações Climáticas, e da Vulnerabilidade Económica. Pombal ou a Região de Leiria podem dar o exemplo em Portugal, inspirando outras localidades e as suas gentes, a abraçar a Transição como uma forma positiva de preparar o futuro das próximas gerações, oferecendo resiliência e optimismo, face a choques externos à comunidade.

OBJECTIVOS DO ENCONTRO
Consciencializar as pessoas para os limites aos crescimento,as alterações climáticas e a dependência da nossa Civilização dos combustíveis fósseis abundantes e baratos; Alertar para a insustentabilidade a médio/longo prazo dos actuais sistemas de produção, distribuição e consumo de bens e serviços; Identificar factores estruturais de mudança: redução energética, uma nova organização do espaço e das relações territoriais, sociais e económicas; Sugerir que estilos de vida com menor consumo energético, cuidado com o Ambiente, e sobretudo mais integrados nas comunidades locais, conduzem à subida dos níveis de bem-estar; Divulgar e sensibilizar para um conjunto de iniciativas em curso de estímulo à mudança de paradigma de desenvolvimento: as Iniciativas de Transição (Transition Towns): porquê, para quê e como?; Partilhar boas práticas existentes que estão de acordo com espírito da Transição no contexto português; Discutir a ideia do desenvolvimento de uma Iniciativa de Transição-piloto no concelho de Pombal: que ameaças e oportunidades, a definição de um conceito, a identificação de parceiros, a dinamização de um grupo de trabalho."

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