Um espaço para reinventar Portugal como nação de todo o Mundo, que estabeleça pontes, mediações e diálogos entre todos os povos, culturas e civilizações e promova os valores mais universalistas, conforme o símbolo da Esfera Armilar. Há que visar o melhor possível para todos, uma cultura da paz, da compreensão e da fraternidade à escala planetária, orientada não só para o bem da espécie humana, mas também para a preservação da natureza e o bem-estar de todas as formas de vida sencientes.

"Nós, Portugal, o poder ser"

- Fernando Pessoa, Mensagem.

Toledo

Política externa tem de principiar por definir nossa posição na Península, reportando-nos ao que foi quando judeus, cristãos e muçulmanos conviviam do Mediterrâneo ao Atlântico; quando em Toledo se celebram num mesmo recinto os três cultos de Cristo, Moisés e Maomé; quando se teve com o Califado um dos poucos períodos da história que pode ombrear com o de Péricles ou o dos T'ang; quando ensinámos à Europa os algarismos, a álgebra, a filosofia grega e a geografia árabe; e quando dela nos conseguimos defender derrotando Carlos Magno, mas deixando infelizmente nas Astúrias todas as sementes visigóticas que deram depois a chamada Reconquista Cristã, que foi Conquista e não foi Cristã, e, juntamente com a réplica almorávica, trouxe para a Ibéria a intolerância e a ferocidade de opiniões que tanto a perturbou.

Agostinho da Silva, Educação em Portugal, Lisboa, Ulmeiro, 1989, p.27

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Política externa tem de principiar por definir nossa posição na Península, reportando-nos ao que foi quando judeus, cristãos e muçulmanos conviviam do Mediterrâneo ao Atlântico; quando em Toledo se celebram num mesmo recinto os três cultos de Cristo, Moisés e Maomé; quando se teve com o Califado um dos poucos períodos da história que pode ombrear com o de Péricles ou o dos T'ang; quando ensinámos à Europa os algarismos, a álgebra, a filosofia grega e a geografia árabe; e quando dela nos conseguimos defender derrotando Carlos Magno, mas deixando infelizmente nas Astúrias todas as sementes visigóticas que deram depois a chamada Reconquista Cristã, que foi Conquista e não foi Cristã, e, juntamente com a réplica almorávica, trouxe para a Ibéria a intolerância e a ferocidade de opiniões que tanto a perturbou.

Agostinho da Silva, Educação em Portugal, Lisboa, Ulmeiro, 1989, p.27

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